Uso de serviços de saúde por idosos brasileiros com e sem limitação funcional

Autores

  • Alexandre Moreira de Melo Silva Fundação Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas René Rachou
  • Juliana Vaz de Melo Mambrini Fundação Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas René Rachou
  • Sérgio Viana Peixoto Universidade Federal de Minas Gerais; Escola de Enfermagem; Departamento de Enfermagem Aplicada
  • Deborah Carvalho Malta Universidade Federal de Minas Gerais; Escola de Enfermagem; Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública
  • Maria Fernanda Lima-Costa Fundação Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas René Rachou

DOI:

https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000243

Palavras-chave:

Idoso, Idoso Fragilizado, Pessoas com Deficiência, Atividades Diárias, Serviços de Saúde para Idosos, Qualidade da Assistência à Saúde

Resumo

OBJETIVO Analisar o uso de serviços de saúde e a qualidade da atenção médica recebida por idosos brasileiros com e sem limitação funcional. MÉTODOS As análises principais foram baseadas em amostra nacional representativa de 23.815 participantes da Pesquisa Nacional de Saúde com 60 anos ou mais. A limitação funcional foi definida pela dificuldade para realizar pelo menos uma entre dez atividades básicas ou instrumentais da vida diária. Potenciais variáveis de confusão incluíram fatores predisponentes e facilitadores do uso de serviços de saúde. RESULTADOS A prevalência da limitação funcional foi de 30,1% (IC95% 29,2−31,4). O número de consultas médicas e a ocorrência de hospitalizações nos últimos 12 meses apresentaram associações estatisticamente significantes com a limitação funcional, tanto entre usuários do sistema público (OR = 2,48 [IC95% 2,13−2,88] para três ou mais consultas e OR = 2,58 [IC95% 2,15−3,09] para uma ou mais hospitalizações) quanto do sistema privado (OR = 2,56 [IC95% 1,50−4,36] e OR = 2,22 [IC95% 1,64−3,00], respectivamente). A propensão ao uso da unidade básica de saúde foi maior entre usuários do sistema privado com limitações funcionais (OR = 2,01 [IC95% 1,12−3,59]). Entre sete indicadores da qualidade da atenção médica recebida, na percepção dos usuários dos sistemas público e privado, somente dois apresentaram associação com a limitação funcional. Os usuários do sistema público com limitações funcionais fizeram pior avaliação da liberdade para escolha do médico e do tempo de espera para a consulta, em comparação aos usuários do mesmo sistema sem essas limitações (OR = 0,81 [IC95% 0,67−0,99] e OR = 0,76 [IC95% 0,62−0,93], respectivamente). CONCLUSÕES Idosos com limitações funcionais utilizam mais serviços de saúde em comparação aos seus pares sem essas limitações. A magnitude da associação entre a limitação funcional e o número de consultas médicas e de hospitalizações foi semelhante nos sistemas público e privado de saúde.

Publicado

2017-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Silva, A. M. de M., Mambrini, J. V. de M., Peixoto, S. V., Malta, D. C., & Lima-Costa, M. F. (2017). Uso de serviços de saúde por idosos brasileiros com e sem limitação funcional. Revista De Saúde Pública, 51(supl.1), 5s-. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000243