Curso da vida e capacidade para o trabalho entre adultos mais velhos

ELSI-Brasil

Autores

  • Camila Menezes Sabino de Castro Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
  • Maria Fernanda Lima-Costa Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
  • Cibele Comini César Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Ciências Econômicas. Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional
  • Jorge Alexandre Barbosa Neves Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Departamento de Sociologia
  • Fabíola Bof de Andrade Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
  • Paulo Roberto Borges de Souza Junior Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde
  • Rosana Ferreira Sampaio Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2018052000648

Palavras-chave:

Idoso, Avaliação da Capacidade de Trabalho, Saúde, Doença Crônica, Fatores Socioeconômicos, Fatores Epidemiológicos, Inquéritos Epidemiológicos

Resumo

OBJETIVO: Examinar os fatores associados à percepção da capacidade para o trabalho em amostra nacional representativa da população brasileira com 50 anos ou mais. MÉTODOS: Foram utilizados dados de 8.903 participantes da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). A variável dependente foi a autoavaliação da capacidade para o trabalho (boa ou muito boa versus razoável, ruim ou muito ruim). As variáveis independentes incluíram fatores que operam no início, no meio e na fase atual da vida. A análise multivariada foi baseada em razões de prevalência (RP) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) estimados por meio da regressão de Poisson. RESULTADOS: A boa capacidade para o trabalho foi informada por 49% dos participantes (49,4% entre homens e 48,6% entre mulheres). Os resultados da análise multivariada mostraram que, tanto para homens quanto para mulheres, a boa capacidade para o trabalho apresentou associações positivas e estatisticamente significantes (p < 0,05) com ter saúde boa até os 15 anos de idade (RP = 1,22 e 1,18, respectivamente), escolaridade ≥ 8 anos (RP = 1,19 e 1,21, respectivamente) e autoavaliação da saúde atual como boa (RP = 1,88 e 1,94, respectivamente). Associações negativas foram observadas para idade atual (RP = 0,99 para cada incremento de um ano), diagnóstico médico de depressão (RP = 0,70 para homens e RP = 0,87 para mulheres) e ter uma ou mais doenças crônicas (RP = 0,88 para homens e 0,91 para mulheres). Apenas entre os homens, associações positivas foram observadas para idade em que começou a trabalhar (RP = 1,14 e 1,12 para 11–17 e ≥ 18 anos) e residência com o cônjuge (RP = 1,09). CONCLUSÕES: A capacidade para o trabalho nas idades mais velhas é construída ao longo da vida, particularmente pelas condições de saúde na infância e na adolescência, pela idade em que os homens começam a trabalhar, pela escolaridade e pelas condições de saúde nas idades mais velhas. Políticas visando ao aumento da longevidade no mercado de trabalho devem levar em conta esses fatores.

Publicado

2019-01-29

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Castro, C. M. S. de, Lima-Costa, M. F., César, C. C., Neves, J. A. B., Andrade, F. B. de, Souza Junior, P. R. B. de, & Sampaio, R. F. (2019). Curso da vida e capacidade para o trabalho entre adultos mais velhos: ELSI-Brasil. Revista De Saúde Pública, 52(Suppl 2), 11s. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2018052000648