Sistema de vigilância epidemiológica para acidentes do trabalho: experiência na Zona Norte do Município de São Paulo (Brasil)

Autores

  • Ubiratan de Paula Santos Progama de Saúde dos Trabalhadores, SUDS-R-6
  • Victor Wünsch Filho Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • José Carlos do Carmo Progama de Saúde dos Trabalhadores, SUDS-R-6
  • Maria Maeno Settimi Progama de Saúde dos Trabalhadores, SUDS-R-6
  • Sérgio Destefani Urquiza Secretaria de Saúde e Promoção Social de São Bernardo do Campo
  • Cláudio Maierovitch P. Henriques Secretaria de Higiene e Saúde de Santos

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101990000400006

Palavras-chave:

Vigilância epidemiológica, Acidentes do trabalho, Programa de saúde ocupacional

Resumo

No Brasil, e em São Paulo em particular, o sistema de vigilância epidemiológica restringe-se a algumas doenças transmissíveis, não havendo, na prática, vigilância referente a doenças não transmissíveis, especialmente às decorrentes do trabalho. O atual sistema de informações para acidentes e doenças do trabalho tem sido utilizado mais para o processamento de benefícios aos acidentados e acometidos por doenças do trabalho, do que para a proposta de um sistema de vigilância. Assim, foi elaborado projeto visando a utilizar os instrumentos em uso nesse sistema de notificação, para extrair informações que possam, dentro de uma abordagem epidemiológica, dar suporte ao planejamento das atividades de saúde. O projeto encontra-se em andamento no Programa de Saúde dos Trabalhadores do SUDS-R-6 (Mandaqui), Região da Grande São Paulo (Brasil), e objetiva identificar os tipos de acidentes mais comuns na região e os ambientes de trabalho nos quais esses acidentes ocorrem com mais freqüência. Os primeiros dados analisados, correspondentes ao período de outubro a novembro de 1989, mostraram uma média de 780 acidentes mensais. As mãos e os dedos foram as partes do corpo mais atingidas, cerca de 31,5% de todos os acidentes estudados, particularmente causados por máquinas e equipamentos na indústria metalúrgica. Dos acidentes registrados, 371 (15,86%) foram considerados graves, com uma alta incidência de contusões e traumas com fraturas. Das CAT estudadas, 2.030 (87%) foram decorrentes de acidentes típicos e 298 (12,7%) de trajeto. Aproximadamente 7%, 165 casos, ocorreram em trabalhadores menores de 18 anos de idade e 10 casos tinham idade inferior a 14 anos de idade. A identificação das companhias dos ramos da construção civil, metalúrgica e indústria gráfica como aquelas que apresentam o maior número de acidentes, definiu os primeiros critérios para o planejamento das atividades do Programa de Saúde dos Trabalhadores do SUDS-R-6.

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Publicado

1990-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Santos, U. de P., Wünsch Filho, V., Carmo, J. C. do, Settimi, M. M., Urquiza, S. D., & Henriques, C. M. P. (1990). Sistema de vigilância epidemiológica para acidentes do trabalho: experiência na Zona Norte do Município de São Paulo (Brasil) . Revista De Saúde Pública, 24(4), 286-293. https://doi.org/10.1590/S0034-89101990000400006