Comportamento de Aedes albopictus e de Ae. scapularis adultos (Diptera: Culicidae) no Sudeste do Brasil

Autores

  • Oswaldo Paulo Forattini Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Iná Kakitani Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Roseli La Corte dos Santos Universidade de São Paulo; Núcleo de Pesquisa Taxonômica e Sistemática em Entomologia Médica
  • Keilla M Kobayashi Universidade de São Paulo; Núcleo de Pesquisa Taxonômica e Sistemática em Entomologia Médica
  • Helene M Ueno Universidade de São Paulo; Núcleo de Pesquisa Taxonômica e Sistemática em Entomologia Médica
  • Zoraida Fernandez Universidade de São Paulo; Núcleo de Pesquisa Taxonômica e Sistemática em Entomologia Médica

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102000000500005

Palavras-chave:

Aedes, Ecologia de vetores, Insetos vetores, Culicidae, Aedes albopictus, Aedes scapularis

Resumo

OBJETIVO: Observar e comparar o comportamento das espécies de Aedes albopictus e de Ae. scapularis, na localidade de Pedrinhas, litoral sul do Estado de São Paulo, Brasil. MÉTODOS: As observações foram feitas de outubro de 1996 a janeiro de 2000. Foram realizadas coletas sistemáticas de formas adultas mediante a utilização de isca humana, aspirações ambientais e armadilha tipo Shannon. A domiciliação foi estimada pelo índice de Nuorteva e pela razão de sinantropia. RESULTADOS: Foram feitas 87 coletas diurnas, com a obtenção de 872 adultos fêmeas. As médias de Williams', multiplicadas por 100, foram de 118 e 21 para Ae. albopictus nos horários de 7h às 18h e de 18h às 20h, respectivamente. Quanto a Ae. scapularis, foram de 100 e 106 nos mesmos períodos. Esse último revelou pico de atividade crepuscular vespertina. Na aspiração de abrigos, obteve-se o total de 1.124 espécimens, dos quais 226 Ae. albopictus e 898 Ae. scapularis. O período de janeiro a maio correspondeu ao de maior rendimento para ambos os mosquitos. Quanto à armadilha de Shannon, as coletas realizadas na mata revelaram a ausência de Ae. albopictus. No que concerne à domiciliação, esse último mostrou os maiores valores de índices, enquanto Ae. scapularis revelou comportamento de tipo ubiquista. CONCLUSÕES: Os resultados confirmam outras observações, permitindo levantar hipóteses. Em relação a Ae. scapularis, sugere-se que possa existir fenômeno de diapausa das fêmeas no período verão-outono, a qual cessaria no inverno-primavera quando então a atividade seria retomada. Quanto a Ae. albopictus, os dados sugerem que se trata de população em processo adaptativo ao novo ambiente.

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Publicado

2000-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Forattini, O. P., Kakitani, I., Santos, R. L. C. dos, Kobayashi, K. M., Ueno, H. M., & Fernandez, Z. (2000). Comportamento de Aedes albopictus e de Ae. scapularis adultos (Diptera: Culicidae) no Sudeste do Brasil . Revista De Saúde Pública, 34(5), 461-467. https://doi.org/10.1590/S0034-89102000000500005