O pensamento epidemiológico evolutivo sobre as infecções

Autores

  • Oswaldo Paulo Forattini Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia; Núcleo de Pesquisa Taxonômica e Sistemática

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000300001

Palavras-chave:

Adaptação, Ecologia, Apoptose, Relações hospedeiro-parasita, Co-evolução, Infectrons

Resumo

O objetivo do trabalho é analisar os principais aspectos dos conhecimentos epidemiológicos atuais sobre o estado evolutivo das infecções. Os organismos que constituem a biosfera formam sistemas dinâmicos que abrangem todo o planeta. Tais relacionamentos podem ser variáveis em intensidade. Alguns limitam-se à superfície orgânica, enquanto outros chegam à intimidade do genoma. Portanto, há de se concluir que o parasitismo constitui fenômeno muito comum na natureza. Os parasitos infectantes comunicam-se mediante mecanismos variados. Entre eles, reconhece-se a existência de intercâmbio gênico mediante a troca de segmentos de DNA. Assim, as comunidades parasitárias não vivem isoladamente, mas estabelecem interconexões. O processo de internação objetiva a entrada do parasito no meio intracelular. E isso dá-se desde a fagocitose, manipulada pelos agentes infecciosos, até meios mais sofisticados como a elaboração de pilli. Para abandonar esse ambiente intracelular, alguns recorrem à apoptose. Este fenômeno, de comando genético, chega à especialização de destruir os macrófagos. Aceita-se, atualmente, que o DNA, sob a forma molecular, poderá circular na corrente sangüínea constituindo os denominados infectrons. Isso permite criar a hipótese sobre a existência de redes que, formadas principalmente por estes elementos, permitem a co-adaptabilidade entre o parasito e o organismo parasitado. Concluiu-se que há uma co-evolução entre o organismo hospedeiro e o do parasito, propiciando o surgimento de novas entidades mórbidas.

Downloads

Publicado

2002-06-01

Edição

Seção

Artigo Especial

Como Citar

Forattini, O. P. (2002). O pensamento epidemiológico evolutivo sobre as infecções . Revista De Saúde Pública, 36(3), 257-262. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000300001