Infecção experimental pelo Encephalitozoon cuniculi em camundongos imunossuprimidos com dexametasona

Autores

  • Maria Anete Lallo Universidade Paulista
  • Maurício José dos Santos Universidade Paulista
  • Eduardo Fernandes Bondan Universidade Paulista

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000600012

Palavras-chave:

Hospedeiro imunocomprometido, Encephalitozoon cuniculi, Encefalitozoonosze, Modelos animais de doenças, Camundongos endogâmicos Balb C, Dexametasona^i1^simunolo, Encefalitozoonose, Microsporidiose, Camundongos imunossuprimidos

Resumo

OBJETIVO: O microsporídio Encephalitozoon cuniculi tem sido reconhecido como um patógeno oportunista em indivíduos imunossuprimidos, tais como pacientes com Aids. O objetivo do trabalho foi desenvolver animais farmacologicamente imunossuprimidos como modelo da infecção natural pelo E. cuniculi. MÉTODOS: Foram usados grupos distintos de camundongos Balb-C adultos, imunossuprimidos com diferentes doses de dexametasona (Dx, 3 ou 5 mg/kg/dia por via intraperitoneal ;¾; IP) e inoculados com esporos de E. cuniculi por via IP. Também foram usados grupos controle (animais inoculados, mas nãoimunossuprimidos, e animais imunossuprimidos, mas não inoculados). Os esporos de E. cuniculi foram previamente cultivados em células MDCK. Os animais foram sacrificados e submetidos à necropsia aos 7, 14, 21, 28 e 35 dias pós-inoculação. Fragmentos teciduais foram coletados e processados para análise por microscopia de luz, utilizando-se as técnicas de coloração de Gram -chromotrope e de hematoxilina-eosina. RESULTADOS: Em todos os animais imunossuprimidos e inoculados, porém especialmente naqueles que receberam 5 mg/kg/dia de Dx, os achados de necropsia mais proeminentes foram hepato e esplenomegalia. A inoculação experimental resultou em uma infecção disseminada e não-letal, caracterizada por lesões granulomatosas em diversos órgãos (fígado, pulmões, rins, intestino, encéfalo), porém mais notadamente no tecido hepático. Esporos de E. cuniculi foram observados em poucos animais tratados com 5 mg/kg/dia de Dx aos 35 dias pós-infecção. CONCLUSÕES: Microsporidiose em camundongos imunossuprimidos com Dx fornece um modelo útil para estudos da infecção por microsporídios, assemelhando-se àquela naturalmente observada em indivíduos imunodeficientes com Aids.

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Publicado

2002-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Lallo, M. A., Santos, M. J. dos, & Bondan, E. F. (2002). Infecção experimental pelo Encephalitozoon cuniculi em camundongos imunossuprimidos com dexametasona . Revista De Saúde Pública, 36(5), 621-626. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000600012