Vivências da maternidade na adolescência precoce

Autores

  • Sílvia Reis dos Santos Fundação Educacional Serra dos Órgãos
  • Néia Schor Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000100005

Palavras-chave:

Gravidez na adolescência, Adolescência, Mães^i1^spsicolo, Relações mãe-filho, Q-sort, Metodologia Q

Resumo

OBJETIVO: Embora pouco estudada no Brasil, a maternidade na adolescência de 10 a 14 anos é considerada não desejada e problema de saúde pública. A maior parte dos estudos tem o conceitual crono-biomédico como marco teórico, e poucos abordam esta questão a partir do olhar do sujeito. O estudo realizado teve por objetivo explorar padrões e desvendar as diferentes formas de vivenciar a maternidade na adolescência precoce a partir da subjetividade da própria adolescente. MÉTODOS: Utilizou-se a metodologia Q de William Stephenson. Captadas em dois serviços públicos de saúde materno-infantil no Município do Rio de Janeiro, 20 adolescentes que ficaram grávidas entre 10 e 14 anos de idade foram estudadas em período de seis a 24 meses após o nascimento de seus respectivos filhos. Os Q-sorts foram submetidos a análise fatorial, e os fatores obtidos foram interpretados. RESULTADOS: Foram revelados quatro padrões de percepção, qualitativa e estatisticamente diferentes (p<0,01). Dois fatores foram bem definidos: Fator I - Satisfeita com a maternidade/ Dependente do afeto do filho: a maternidade como uma vivência positiva e enriquecedora e Fator II - Deprimida/ Estressada: visão negativa e fragilizante. Os outros dois fatores, ainda incipientes, necessitam confirmação em estudo posterior com amostra mais numerosa. CONCLUSÕES: Foi possível observar que a vivência da maternidade não é única nem homogênea. Para algumas adolescentes, ser mãe pode ser uma experiência gratificante.

Downloads

Publicado

2003-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Santos, S. R. dos, & Schor, N. (2003). Vivências da maternidade na adolescência precoce . Revista De Saúde Pública, 37(1), 15-23. https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000100005