Soroepidemiologia da tripanosomíase americana na região do litoral sul, São Paulo

Autores

  • Maria Esther de Carvalho Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Superintendência de Controle de Endemias
  • Rubens Antonio da Silva Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Superintendência de Controle de Endemias
  • José Maria Soares Barata Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Maria de Fátima Domingos Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Superintendência de Controle de Endemias
  • Ricardo Mário de Carvalho Ciaravolo Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Superintendência de Controle de Endemias
  • Fabiana Zacharias Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Superintendência de Controle de Endemias

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000100009

Palavras-chave:

Doença de Chagas^i1^sepidemiolo, Testes sorológicos, Vigilância epidemiológica, Doença de Chagas^i1^sdiagnóst, Soroepidemiologia

Resumo

OBJETIVO: Analisar dados de reações sorológicas realizadas em dois períodos, entre fins da década de 1960 e o ano de 1983, quando a sorologia passou a complementar a informação sobre triatomíneos vetores do Estado de São Paulo e, de 1984 até 1999, caracterizando o panorama atual da endemia nessa região. MÉTODOS: Foram realizadas análises soroepidemiológicas de reações, obtidas em inquéritos escolares (fins da década de 1960 e entre 1973 e 1983), em inquéritos populacionais em Cananéia, Iguape e Peruíbe (entre 1980 e 1982) e em moradores de unidades domiciliares. Os resultados da análise foram associados a informações obtidas sobre os vetores encontrados. RESULTADOS: Manteve-se a sororreatividade entre escolares em patamares baixos, porém constantes, ao longo dos anos 1973 a 1982, tornando-se nulos em 1983. A curva de freqüência de distribuição de títulos demonstrou um padrão típico de área negativa no município de Cananéia e de baixa endemicidade nos demais. A investigação de casos revelou predominância de importados e, quando autóctones, sugestivos de transmissão oral. Foram observadas 1.261 unidades domiciliares com relato de presença de triatomíneos vetores (principais espécies: Panstrongylus megistus e Triatoma tibiamaculata), com um total de 5.338 amostras de sangue colhidas e 40 sororreagentes (0,75%). Exemplares adultos predominaram no intradomicílio e cerca da metade deles sem ingesta de sangue humano. Não foi observada diferença entre resultados de sorologia em moradores de casas com triatomíneos infectados e não infectados por Trypanosoma cruzi. CONCLUSÕES: Os resultados mostram ser necessário desenvolver um trabalho integrado entre instituições, que permita o isolamento e estudos de cepas e de isolados de tripanosomatídeos presentes em vetores, reservatórios (domésticos ou não) e humanos, com o objetivo de observar a interação dos pontos de vista evolutivo, de patogenia e de ecologia, de eventuais diferentes linhagens.

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Publicado

2003-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Carvalho, M. E. de, Silva, R. A. da, Barata, J. M. S., Domingos, M. de F., Ciaravolo, R. M. de C., & Zacharias, F. (2003). Soroepidemiologia da tripanosomíase americana na região do litoral sul, São Paulo . Revista De Saúde Pública, 37(1), 49-58. https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000100009