Treinamento de clínicos para o diagnóstico e tratamento da depressão

Autores

  • Willians Valentini Serviço de Saúde 'Dr. Cândido Ferreira'
  • Itzhak Levav Ministério da Saúde
  • Robert Kohn Brown University Providence; Department of Psychiatry and Human Behavior
  • Claudio T Miranda Organização Mundial da Saúde; Organização Panamericana de Saúde
  • Andrea de Abreu Feijó de Mello Universidade Federal de São Paulo
  • Marcelo Feijó de Mello Universidade Federal de São Paulo
  • Cássia P Ramos Serviço de Saúde 'Dr. Cândido Ferreira'

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000400007

Palavras-chave:

Cuidados primários de saúde, Depressão^i1^sdiagnóst, Depressão^i1^stera, Educação em saúde, Capacitação, Conhecimentos, atitudes e prática, Médicos de família

Resumo

OBJETIVO: Avaliar os resultados da aplicação de programa de treinamento da Organização Mundial de Saúde, voltado para diagnóstico e tratamento da depressão, dirigido a médicos clínicos gerais. MÉTODOS: Dezessete clínicos e 1.224 pacientes da cidade de Campinas, SP, participaram do estudo. Um mês antes e um após o treinamento, foram avaliados o conhecimento dos médicos, suas atitudes e o atendimento prestado aos pacientes; esses, por sua vez, completaram escalas de auto-avaliação de sintomas depressivos: Zung e um "checklist" para depressão maior do manual para diagnóstico e estatística em saúde mental (DSM-IV/CID-10). A mudança de conhecimento e atitude dos clínicos entre as fases 1 e 2 foi avaliada pelos testes t de Student. Mudanças com relação ao conhecimento de cada indivíduo foram mensuradas pelo teste de qui-quadrado de McNemar. As diferenças entre o modo de atender os pacientes entre as duas fases foram determinadas pelo teste de qui-quadrado de Pearson. A concordância diagnóstica foi analisada utilizando o Kappa, com o intuito de corrigir a concordância ao acaso. RESULTADOS: O programa mostrou benefícios limitados nessa amostra de clínicos gerais. Não foi capaz de mostrar aumento do conhecimento sobre a depressão e nem quanto à atitude dos médicos com relação a esse transtorno. Não houve modificação no número de casos diagnosticados antes ou após o programa. Existiram algumas evidências com relação à melhora no manejo psicofarmacológico. Aparentemente, o programa tornou os clínicos mais confiantes para o tratamento da depressão, diminuindo o número de encaminhamentos feitos aos profissionais da área de saúde mental. Porém, um baixo poder estatístico não permitiu que os dois últimos achados atingissem significância. CONCLUSÕES: A inclusão de clínicos gerais é um componente central de qualquer iniciativa para melhorar a detecção e o tratamento da depressão, porém faz-se necessário testar melhores métodos de treinamento dos clínicos brasileiros no manejo desta.

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Publicado

2004-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Valentini, W., Levav, I., Kohn, R., Miranda, C. T., Mello, A. de A. F. de, Mello, M. F. de, & Ramos, C. P. (2004). Treinamento de clínicos para o diagnóstico e tratamento da depressão . Revista De Saúde Pública, 38(4), 523-528. https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000400007