Monitoramento de fatores de risco para doenças crônicas por entrevistas telefônicas

Autores

  • Carlos Augusto Monteiro Universidade de São Paulo; Universidade de São Paulo; Departamento de Nutrição
  • Erly Catarina de Moura Universidade de São Paulo; Universidade de São Paulo; Departamento de Nutrição
  • Patrícia Constante Jaime Universidade de São Paulo; Universidade de São Paulo; Departamento de Nutrição
  • Alessandra Lucca Universidade de São Paulo; Universidade de São Paulo; Departamento de Nutrição
  • Alex Antonio Florindo Universidade de São Paulo; Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde
  • Iramaia Campos Ribeiro Figueiredo Universidade de São Paulo; Universidade de São Paulo; Departamento de Nutrição
  • Regina Bernal USP; FSP; Departamento de Epidemiologia
  • Nilza Nunes da Silva USP; FSP; Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000100007

Palavras-chave:

Levantamentos epidemiológicos, Monitoramento do estado de saúde, Doença crônica^i1^sepidemiolo, Entrevistas^i1^sméto, Telefone, Fatores de risco, Fatores socioeconômicos, Doenças crônicas não transmissíveis

Resumo

OBJETIVO: Descrever métodos e resultados iniciais de sistema de monitoramento de fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis por meio de entrevistas telefônicas. MÉTODOS: Estudou-se amostra probabilística (n=2.122) da população adulta do Município de São Paulo residente em domicílios conectados à rede de telefonia fixa, com amostragem realizada em duas etapas: sorteio de linhas telefônicas e sorteio do morador do domicílio a ser entrevistado. Foi aplicado questionário para investigar características demográficas e socioeconômicas, padrão de alimentação e de atividade física, consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas, peso e altura recordados e auto-referência a diagnóstico médico de hipertensão arterial e diabetes, entre outros quesitos. Foram calculadas estimativas sobre a prevalência de fatores de risco selecionados para doenças crônicas não transmissíveis para a população adulta com telefone e para a população adulta total do município. Neste último caso, população total, foram aplicados à amostra fatores de ponderação que levaram em conta diferenças demográficas e socioeconômicas entre a população com telefone e a população total do município. RESULTADOS: Foram observadas diferenças substanciais entre os sexos quanto à freqüência da maioria dos fatores de risco estudados, sendo significativamente mais freqüentes em homens o consumo insuficiente de frutas e hortaliças, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o excesso de peso; e nas mulheres foram mais freqüentes o sedentarismo e a hipertensão. Possibilidades adicionais de estratificação da prevalência de fatores de risco permitidas pelo sistema de monitoramento foram ilustradas a partir de exemplos abrangendo faixa etária, nível de escolaridade e área de residência na cidade dos entrevistados. CONCLUSÕES: O desempenho do sistema de monitoramento, avaliado a partir da representatividade e confiabilidade das estimativas obtidas e do custo por entrevista realizada, mostrou-se adequado e, de modo geral, superior a sistemas equivalentes existentes em países desenvolvidos. O custo por entrevista realizada foi oito vezes inferior ao custo estimado por sistemas semelhantes existentes em países desenvolvidos e quatro a oito vezes inferior ao custo de inquéritos domiciliares tradicionais realizados no Município de São Paulo.

Publicado

2005-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Monteiro, C. A., Moura, E. C. de, Jaime, P. C., Lucca, A., Florindo, A. A., Figueiredo, I. C. R., Bernal, R., & Silva, N. N. da. (2005). Monitoramento de fatores de risco para doenças crônicas por entrevistas telefônicas . Revista De Saúde Pública, 39(1), 47-57. https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000100007