Modelo preditivo do uso de cocaína em prisões do Estado do Rio de Janeiro

Autores/as

  • Márcia Lazaro de Carvalho Fiocruz; Escola Nacional de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde
  • Joaquim Gonçalves Valente Fiocruz; Escola Nacional de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde
  • Simone Gonçalves de Assis Fiocruz; Escola Nacional de Saúde Pública; Centro Latino Americano de Estudos sobre Violência e Saúde
  • Ana Glória Godoi Vasconcelos Fiocruz; Escola Nacional de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000500019

Palabras clave:

Transtornos relacionados ao uso de cocaína, Alcoolismo, Hábito de fumar maconha, Prisões, Análise multivariada hierarquizada, Fatores de risco, Vulnerabilidade social

Resumen

OBJETIVO: Identificar variáveis preditoras e grupos mais vulneráveis ao uso de cocaína em prisão. MÉTODOS: Foram selecionados 376 presos com história de uso de cocaína em prisão (casos) e 938 presos sem história de uso de cocaína na vida (controles), que cumpriam pena no sistema penitenciário do Rio de Janeiro em 1998. A análise considerou as variáveis de exposição em três níveis de hierarquia: distal, intermediário e proximal. Na análise bivariada utilizou-se regressão logística e na multivariada, regressão hierarquizada, resultando em valores de odds ratio. RESULTADOS: As variáveis associadas ao uso de cocaína na prisão, no nível proximal, foram uso de álcool e maconha e tempo de reclusão em anos. O efeito das variáveis de vulnerabilidade social (nível distal) é intermediado pelas variáveis dos níveis seguintes. Considerando apenas os níveis distal e intermediário, o uso de maconha antes de ser preso (OR=4,50; IC 95%: 3,17-6,41) e o fato de ter cometido delito para obter droga (OR=2,96; IC 95%: 1,79-4,90) são as mais fortemente associadas ao desfecho. Para cada ano a mais que se passa na prisão, a chance de usar cocaína aumenta em 13% (OR=1,13; IC 95%: 1,06-1,21). CONCLUSÕES: Considerando os níveis distal e intermediário, o uso de maconha antes da prisão e delito para obtenção de droga foram as variáveis com maior poder de predição. O modelo final revelou o uso de álcool, de maconha na prisão e o tempo de cumprimento de pena são importantes preditores do desfecho. O ambiente carcerário aparece como fator estimulante da continuidade do uso de drogas.

Publicado

2005-10-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Carvalho, M. L. de, Valente, J. G., Assis, S. G. de, & Vasconcelos, A. G. G. (2005). Modelo preditivo do uso de cocaína em prisões do Estado do Rio de Janeiro . Revista De Saúde Pública, 39(5), 824-831. https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000500019