A pesquisa em saúde mental no Brasil: políticas, infra-estrutura, financiamento e recursos humanos

Autores

  • Jair de Jesus Mari Universidade Federal de São Paulo; Departmento de Psiquiatria
  • Rodrigo A Bressan Universidade Federal de São Paulo; Departmento de Psiquiatria
  • Naomar Almeida-Filho Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva
  • Jerônimo Gerolin Unifesp; Centro de Avaliação e Integração de Dados Institucionais
  • Pratap Sharan World Health Organization; Department of Mental Health and Substance Abuse
  • Shekhar Saxena World Health Organization; Department of Mental Health and Substance Abuse

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000100024

Palavras-chave:

Saúde mental, Bibliometria, Política de saúde, Bibliografia nacional, Apoio à pesquisa^i2^sestatística & dados numéri, Apoio à pesquisa^i2^stendênc, Apoio à pesquisa^i2^sorganização & administra

Resumo

O presente estudo, descritivo teve como objetivo mapear a pesquisa em saúde mental no Brasil, fornecendo uma visão de infraestrutura, financiamento e políticas em saúde mental das pesquisas. O estudo faz parte do Projeto Atlas da Organização Mundial da Saúde realizado nos países de média e baixa renda per capita, entre os anos de 1998-2002. A coleta de dados incluiu a avaliação de documentos governamentais e páginas da web, e questionários enviados para os profissionais chave para fornecer informações acerca da infra-estrutura de pesquisa em saúde mental no Brasil. No ano de 2002, o orçamento total para a pesquisa em saúde foi de 101 milhões de dólares, dos quais 3,4 milhões (3,4%) foram aplicados em Pesquisa para Saúde Mental. As principais fontes financiadoras para pesquisa mental foram a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp, 53,2%) e o Ministério da Educação (CAPES, 30,2%). A proporção de doutores é de 1,7 por um mil habitantes, e a taxa de psiquiatras é de 2.7 por 100 mil habitantes, estimadas pelo censo de 2000. Em 2002, havia 53 cursos de pós-graduação direcionados a educação em saúde mental no Brasil (43 em psicologia, seis em psiquiatria, três em psicobiologia e um em enfermagem psiquiátrica, com 1.775 alunos sendo treinados no Brasil e 67 no exterior. Há nove programas dedicados para a psiquiatria, neuropsiquiatria, psicobiologia e saúde mental no País, sete deles localizados na região Sudeste. No período de cinco anos, 186 estudantes receberam o título de doutor (37 por ano) e 637 artigos foram publicados em revistas indexadas no Institute for Scientific Information (ISI). O investimento canalizado para os programas de pós-graduação na formação de recursos humanos, por meio de bolsas de estudos e fomento à pesquisa, tem permitido ao País uma modesta, mas crescente presença na pesquisa em saúde mental no cenário internacional.

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Publicado

2006-02-01

Edição

Seção

Artigo Especial

Como Citar

Mari, J. de J., Bressan, R. A., Almeida-Filho, N., Gerolin, J., Sharan, P., & Saxena, S. (2006). A pesquisa em saúde mental no Brasil: políticas, infra-estrutura, financiamento e recursos humanos . Revista De Saúde Pública, 40(1), 161-169. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000100024