Acurácia da definição de caso suspeito de rubéola: implicações para vigilância

Autores

  • Solange Artimos de Oliveira Hospital Universitário Antonio Pedro; Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias
  • Luiz Antonio Bastos Camacho Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública
  • Antonio Carlos de Medeiros Pereira Hospital Universitário Antonio Pedro; Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias
  • Marília Mattos Bulhões Ministério da Saúde; Fundação Municipal de Saúde de Niterói
  • Angélica Fortes Aguas Fundação Municipal de Saúde de Niterói; Policlínica Comunitária Santa Rosa
  • Marilda Mendonça Siqueira Fundação Oswaldo Cruz; Instituto Oswaldo Cruz; Departamento de Virologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000300013

Palavras-chave:

Rubéola^i2^sepidemiolo, Rubéola^i2^sdiagnóst, Valor preditivo, Vigilância epidemiológica, Definição de caso

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a acurácia da definição de caso suspeito de rubéola entre pacientes com doenças exantemáticas atendidos em unidades de saúde pública. MÉTODOS: A população de estudo foi constituída de pacientes com doença exantemática, com ou sem febre, atendidos em serviços de saúde pública, de janeiro de 1994 a dezembro de 2002 no município de Niterói, RJ. Dados clínicos e sorológicos foram utilizados para estimar os valores preditivos positivos da definição de caso suspeito de rubéola do Ministério da Saúde do Brasil e outras combinações de sinais e sintomas, considerando o resultado da sorologia como referência. A detecção de IgM específica para rubéola em amostras sangüíneas foi realizada por ensaio imunoenzimático. Foram calculados os valores preditivos positivos e respectivos intervalos de confiança de 95%. RESULTADOS: Foram estudados 1.186 pacientes com uma doença caracterizada por uma variada combinação de rash com ou sem febre, artropatia e linfoadenopatia. Pacientes com exantema, independentemente da presença de outros sinais e sintomas, apresentaram uma probabilidade de 8,8% de serem IgM positivos para rubéola. A definição de caso suspeito de rubéola utilizada no Brasil apresentou baixo valor preditivo positivo (13,5%). Esta definição de caso identificou corretamente 42,3% dos casos IgM positivos, e classificou de forma incorreta 26,1% dos IgM negativos. CONCLUSÕES: Os resultados indicam que as doenças exantemáticas devem ser investigadas em conjunto para fins de vigilância epidemiológica e coleta de espécimens clínicos para o diagnóstico laboratorial. Esta estratégia aumenta os custos, mas gera benefícios na interrupção da circulação do vírus e na prevenção da síndrome da rubéola congênita.

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Publicado

2006-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Oliveira, S. A. de, Camacho, L. A. B., Pereira, A. C. de M., Bulhões, M. M., Aguas, A. F., & Siqueira, M. M. (2006). Acurácia da definição de caso suspeito de rubéola: implicações para vigilância . Revista De Saúde Pública, 40(3), 450-456. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000300013