Invisibilidade do uso de drogas e a assistência de profissionais dos serviços de Aids

Autores/as

  • Márcia de Lima Secretaria Municipal da Saúde; Serviço de Ambulatório Especializado DST/Aids
  • Janete Aparecida da Costa Secretaria Municipal da Saúde; Serviço de Ambulatório Especializado DST/Aids
  • Wagner dos Santos Figueiredo Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Lilia Blima Schraiber Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000900004

Palabras clave:

Síndrome de imunodeficiência adquirida, Equipe de assistência ao paciente, Assistência ao paciente, Efeitos psicossociais da Doença, Preconceito, Serviços de saúde^i1^srecursos huma, Conhecimentos^i1^satitudes e prática em sa, Pesquisa qualitativa

Resumen

OBJETIVO: Descrever a influência das concepções dos profissionais de saúde sobre o cuidado prestado a pacientes usuários de drogas vivendo com HIV/Aids. MÉTODOS: Estudo qualitativo baseado em entrevistas semi-estruturadas com 22 profissionais de diferentes categorias, pertencentes a dois serviços especializados em DST/Aids da rede municipal de São Paulo, em 2002. As entrevistas foram gravadas e submetidas à análise temática. RESULTADOS: Os profissionais relataram dificuldades em identificar usuários de drogas entre seus pacientes, indicando a invisibilidade da questão. Acham os usuários de drogas pacientes mais difíceis de tratar, por tumultuarem o serviço e/ou não aderirem ao tratamento. Embora reconheçam necessidades especiais dos pacientes usuários e que lidar com o uso de drogas seja importante, os profissionais de saúde acreditam que essas questões fogem de suas atribuições. Os profissionais mostraram limites pessoais e técnicos para o manejo desses casos, indicando sua falta de capacitação específica como importante. Assim, recomendam a criação de serviços especializados para esse atendimento, reconhecendo os serviços em que atuam como inadequados e, embora conhecessem o projeto de redução de danos, pouco participavam dele. CONCLUSÕES: Elementos técnicos, ideológicos e pessoais, tais como crenças, valores e dimensões afetivo-emocionais, mostraram-se relevantes para ampliar ou recusar vínculos mais específicos com o paciente usuário de drogas. As concepções sobre o uso de drogas podem interferir no desenvolvimento de uma assistência melhor e da eqüidade no cuidado em saúde.

Publicado

2007-12-01

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Lima, M. de, Costa, J. A. da, Figueiredo, W. dos S., & Schraiber, L. B. (2007). Invisibilidade do uso de drogas e a assistência de profissionais dos serviços de Aids . Revista De Saúde Pública, 41(suppl.2), 6-13. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000900004