Adesão a protocolo pós-exposição ocupacional de acidentes entre cirurgiões dentistas

Autores

  • Andréa Maria Eleutério de Barros Lima Martins Universidade Estadual de Montes Claros; Centro de Ciências Biológicas e da Saúde; Departamento de Odontologia
  • Rodrigo Dantas Pereira Faculdades Unidas do Norte de Minas; Instituto de Educação Superior
  • Raquel Conceição Ferreira Universidade Estadual de Montes Claros; Centro de Ciências Biológicas e da Saúde; Departamento de Odontologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000018

Palavras-chave:

Odontólogos, Profilaxia Pós-Exposição, Conduta de Saúde, Exposição Ocupacional^i1^spreven, Exposição Ocupacional^i1^scontr, Acidentes de Trabalho^i1^spreven, Acidentes de Trabalho^i1^scontr

Resumo

OBJETIVO: Analisar a adesão a protocolo pós-exposição ocupacional a acidentes e os fatores relacionados à adesão entre cirurgiões-dentistas. MÉTODOS: Estudo transversal realizado em Montes Claros, MG, de 2007 a 2008, com cirurgiões-dentistas em atividade clínica com relato de ocorrência de acidentes com instrumentos perfurocortantes no seu exercício profissional. As variáveis referentes à caracterização do dentista, condições de trabalho dos dentistas, caracterização da clientela atendida, características dos acidentes com instrumentos perfurocortantes sofridos pelos dentistas e condutas pós-acidentes foram avaliadas por meio de um questionário estruturado, previamente testado. Os dados foram submetidos à análise descritiva e ao teste qui-quadrado (p < 0,05). RESULTADOS: Um total de 241 dentistas (89,2%) respondeu ao questionário. A adesão ao protocolo pós-exposição ocupacional foi relatada por 51,5%. A maioria dos profissionais relatou a detecção de sangue no momento do acidente. As brocas foram os instrumentos mais envolvidos nos acidentes e o dedo a parte do corpo mais acometida. Verificou-se maior prevalência de adesão ao protocolo pós-exposição entre aqueles com maior renda mensal (OR = 2,42, IC 95%: 1,03;5,71), atualização nos últimos dois anos (OR = 2,16, IC 95%: 1,09;4,27) e que realizavam pausa por jornada de quatro horas (OR = 1,23, IC 95%: 1,23;4,92). Os cirurgiões-dentistas que atendiam crianças (OR = 0,50, IC 95%: 0,27;0,93) e indivíduos de classe socioeconômica média, média alta e alta (OR = 0,54, IC 95%: 0,31;0,95) apresentaram menor prevalência de adesão ao protocolo pós-exposição ocupacional. A freqüência de adesão a um protocolo pós-exposição foi significativamente maior entre os indivíduos que seguiam as condutas descritas em protocolos pós-exposição. CONCLUSÕES: Há baixa adesão ao protocolo pós-exposição ocupacional entre os dentistas, influenciada pelo conhecimento e renda mensal dos profissionais, pela realização de pausas, grupo etário e classe socioeconômica da clientela atendida.

Publicado

2010-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Martins, A. M. E. de B. L., Pereira, R. D., & Ferreira, R. C. (2010). Adesão a protocolo pós-exposição ocupacional de acidentes entre cirurgiões dentistas . Revista De Saúde Pública, 44(3), 528-540. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000018