Efeitos respiratórios da exposição ao talco industrial em ex-trabalhadores de mineração

Autores

  • Rosinelle Castelo Branco Ramos Loyola Universidade Federal de Minas Gerais; Hospital das Clínicas; Programa de Residência em Medicina do Trabalho
  • Ana Paula Scalia Carneiro UFMG; HC; Centro de Referência Estadual em Saúde dos Trabalhadores de Minas Gerais
  • Andréa Maria Silveira UFMG; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Poliana de Freitas La Rocca UFMG; HC; Centro de Referência Estadual em Saúde dos Trabalhadores de Minas Gerais
  • Marcela Souza Nascimento Universidade Federal de Minas Gerais; Hospital das Clínicas; Programa de Residência em Medicina do Trabalho
  • Ricardo Hernani de Almeida Chaves Universidade Federal de Minas Gerais; Hospital das Clínicas; Programa de Residência em Medicina do Trabalho

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000017

Palavras-chave:

Talco, efeitos adversos, Mineração, Exposição Ocupacional, Asbestose, Doenças Respiratórias, Saúde do Trabalhador

Resumo

OBJETIVO: Avaliar efeitos respiratórios tardios da inalação ocupacional de talco contaminado por asbesto. MÉTODOS: Análise de série de casos de 29 ex-trabalhadores de mineração de talco contaminado com asbestos provenientes de Carandaí, MG, atendidos no Centro de Referência Estadual de Saúde do Trabalhador de Minas Gerais em 2004-2005. Os ex-trabalhadores foram submetidos a anamnese clínico-ocupacional, radiografia de tórax e espirometria. Foi criado um escore de exposição que, multiplicado pela duração, originou um índice de exposição cumulativa ao talco. Para verificar a associação do índice de exposição cumulativa com a presença de alterações radiológicas, sugestivas de pneumoconiose e/ou alterações pleurais, foi ajustado um modelo de regressão logística exata. RESULTADOS: Todos os ex-trabalhadores eram homens, com média de idade de 48,2 anos. Nas radiografias de tórax foram encontradas alterações pleurais em três deles, opacidades parenquimatosas compatíveis com pneumoconiose em um e suspeita em seis. Alterações espirométricas ocorreram em três. A regressão logística apontou odds ratio de 1,059 (IC 95%: 1,012;1,125) para o índice acumulado, ou seja, cada unidade no índice resulta em um aumento de 5,9% na chance de apresentar alteração radiológica compatível ou suspeita de pneumoconiose. Em relação à mediana do tempo estimado de latência entre o início da exposição até o diagnóstico das placas pleurais, ocorreu diferença significativa (p = 0,013) entre os casos (27,0 anos) e não casos (14,3 anos). CONCLUSÕES: Os achados apontam a necessidade de controle clínico nos trabalhadores que foram expostos a asbesto, particularmente devido aos efeitos tardios da exposição a esse mineral.

Publicado

2010-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Loyola, R. C. B. R., Carneiro, A. P. S., Silveira, A. M., La Rocca, P. de F., Nascimento, M. S., & Chaves, R. H. de A. (2010). Efeitos respiratórios da exposição ao talco industrial em ex-trabalhadores de mineração . Revista De Saúde Pública, 44(3), 541-547. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000017