Modelo preditivo de óbito a partir de dados do Sistema de Informações Hospitalares

Autores

  • Andréa Silveira Gomes Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Faculdade de Medicina; Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
  • Mariza Machado Klück UFRGS; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Social
  • João Riboldi UFRGS; Instituto de Matemática; Departamento de Estatística
  • Jandyra Maria Guimarães Fachel UFRGS; Instituto de Matemática; Departamento de Estatística

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000037

Palavras-chave:

Mortalidade Hospitalar, Sistemas de Informação Hospitalar^i1^sutiliza, Modelos Logísticos, Avaliação de Resultados^i1^sCuidados de Sa, Estudos Transversais

Resumo

OBJETIVO: Desenvolver um modelo preditivo de óbito hospitalar com base nos dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde. MÉTODOS: Estudo transversal com dados de 453.515 autorizações de internação de 332 hospitais do Rio Grande do Sul no ano de 2005. A partir da razão entre óbitos observados e óbitos esperados elaborou-se um ranking ajustado dos hospitais que foi comparado ao ranking bruto da taxa de mortalidade. Utilizou-se regressão logística para desenvolvimento do modelo preditivo de probabilidade para óbito hospitalar segundo sexo, idade, diagnóstico e uso de unidade de terapia intensiva. Foram obtidos os intervalos com 95% de confiança para 206 hospitais com mais de 365 internações por ano. RESULTADOS: Obteve-se um índice de risco para mortalidade hospitalar. A ordenação dos hospitais utilizando apenas a taxa de mortalidade bruta diferiu da ordenação quando se utiliza o ranking ajustado pelo modelo preditivo de probabilidade. Dos 206 hospitais analisados, 40 hospitais apresentaram mortalidade observada significativamente superior à esperada e 58 hospitais com mortalidade significativamente inferior à esperada. Uso de unidade de terapia intensiva apresentou maior peso para a composição do índice de risco, seguida pela idade e diagnóstico. Quando os hospitais atendem pacientes com perfis muito diferentes, o ajuste de risco não resulta numa indicação definitiva sobre qual prestador é o melhor. Os hospitais de grande porte apresentaram, no conjunto, maior número de óbitos do que seria esperado de acordo com as características das internações. CONCLUSÕES: O índice de risco de óbito hospitalar mostrou-se preditor adequado para o cálculo dos óbitos esperados, podendo ser aplicado na avaliação do desempenho hospitalar. Recomenda-se que, ao comparar hospitais, seja utilizado o ajuste pelo modelo preditivo de probabilidade de risco, estratificando-se pelo porte do hospital.

Publicado

2010-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Gomes, A. S., Klück, M. M., Riboldi, J., & Fachel, J. M. G. (2010). Modelo preditivo de óbito a partir de dados do Sistema de Informações Hospitalares . Revista De Saúde Pública, 44(5), 934-941. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000037