Determinantes individuais e contextuais da carie em criancas brasileiras de 12 anos em 2010

Autores

  • Maria do Carmo Matias Freire Universidade Federal de Goias; Faculdade de Odontologia; Departamento de Ciencias Estomatologicas
  • Sandra Cristina Guimaraes Bahia Reis Secretaria de Estado da Saude de Goias
  • Nilcema Figueiredo Universidade Federal de Pernambuco; Pos-Graduacao Integrado em Saude Coletiva; Departamento de Medicina Social
  • Karen Glazer Peres University of Adelaide; School of Dentistry; Australian Research Centre for Population Oral Health
  • Rafael da Silveira Moreira Fundacao Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas Aggeu Magalhaes
  • Jose Leopoldo Ferreira Antunes Universidade de Sao Paulo; Faculdade de Saude Publica; Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/rsp.v47isuppl.3.76752

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência e gravidade de cárie em crianças brasileiras e sua associação com fatores individuais e contextuais. MÉTODOS: Foram utilizados os dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SBBrasil 2010), em uma amostra de 7.247 crianças de 12 anos. Os dados foram coletados por meio de exames clínicos e entrevistas. As variáveis dependentes foram as prevalências de cárie (dentes permanentes cariados, perdidos ou obturados [CPOD] ≥ 1 e CPOD ≥ 4). Foram realizadas análises bivariadas (teste de Rao-Scott) e multinível (regressão de Poisson). As variáveis individuais foram sociodemográficas, condição periodontal e relato de incômodo ao escovar os dentes. Os fatores contextuais foram a presença de água fluoretada, a porcentagem de domicílios ligados à rede de abastecimento de água e a renda mediana do município. RESULTADOS: A prevalência de CPOD ≥ 1 foi 56,0%. O CPOD médio foi igual a 2,04 (IC95% 1,76;2,31) e 22,2% das crianças tinham CPOD ≥ 4. A experiência de cárie foi significantemente mais elevada em crianças de cor de pele preta, parda e amarela; em famílias com renda mais baixa; em crianças com cálculo dentário ou sangramento gengival; e naquelas que relataram incômodo ao escovar. Viver em cidades sem água fluoretada, com menor cobertura da rede de abastecimento de água e com renda mediana baixa foram fatores contextuais associados à doença. CONCLUSÕES: A prevalência de cárie em crianças brasileiras de 12 anos foi baixa, de acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde. Houve significantes desigualdades geográficas e socioeconômicas nos níveis da doença.

Publicado

2013-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Freire, M. do C. M., Reis, S. C. G. B., Figueiredo, N., Peres, K. G., Moreira, R. da S., & Antunes, J. L. F. (2013). Determinantes individuais e contextuais da carie em criancas brasileiras de 12 anos em 2010. Revista De Saúde Pública, 47(supl. 3), 40-49. https://doi.org/10.1590/rsp.v47isuppl.3.76752