Reflexoes metodologicas sobre prevalencia da fluorose dentaria nos inqueritos de saude bucal

Autores

  • Claudia Helena Soares de Morais Freitas Universidade Federal da Paraiba; Departamento de Clinica e Odontologia Socia
  • Fabio Correia Sampaio Universidade Federal da Paraiba; Departamento de Clinica e Odontologia Socia
  • Angelo Giuseppe Roncalli Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Departamento de Odontologia
  • Samuel Jorge Moyses Pontificia Universidade Catolica do Parana

DOI:

https://doi.org/10.1590/rsp.v47isuppl.3.76762

Resumo

OBJETIVO: Analisar limitações do estudo de fluorose dentária em inquéritos transversais. MÉTODOS: Foram utilizados dados dos estudos Condições de Saúde Bucal da População Brasileira (SBBrasil 2003) e da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SBBrasil 2010). A estimativa de tendência epidemiológica da fluorose na população de 12 anos, aspectos da confiabilidade dos dados, bem como a precisão das estimativas, foram avaliadas nessas duas pesquisas. A distribuição da prevalência de fluorose foi feita segundo os domínios de estudo (capitais e regiões) e o ano estudado. Foram expressos também os intervalos de confiança (IC95%) para a prevalência simples (sem considerar os estágios de gravidade). RESULTADOS: A prevalência da fluorose dentária apresentou uma variação considerável, de 0% a 61% em 2003 e de 0% e 59% em 2010. Foram observadas inconsistências nos dados em termos individuais (por ano e por domínio) e no comportamento da tendência. Considerando a expectativa de prevalência e os dados disponíveis nas duas pesquisas, o tamanho mínimo da amostra deveria ser de 1.500 indivíduos para se obterem intervalos de 3,4% e 6,6% de confiança, considerando um coeficiente de variação mínimo de 15%. Dada a subjetividade na natureza de sua classificação, exames de fluorose dentária podem apresentar mais variação do que aqueles realizados para outras condições de saúde bucal. O poder para estabelecer diferenças entre os domínios do estudo com a amostra do SBBrasil 2010 é bastante limitado. CONCLUSÕES: Não foi possível analisar a tendência da fluorose dentária no Brasil com base nos estudos de 2003 e 2010; esses dados são apenas indicadores exploratórios da prevalência de fluorose. A comparação fica impossibilitada pelo fato de terem sido utilizados modelos de análise diferentes nos dois inquéritos. A investigação da fluorose dentária em inquéritos de base populacional não é viável técnica nem economicamente, a realização de estudos epidemiológicos localizados com plano amostral é mais adequada.

Publicado

2013-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Freitas, C. H. S. de M., Sampaio, F. C., Roncalli, A. G., & Moyses, S. J. (2013). Reflexoes metodologicas sobre prevalencia da fluorose dentaria nos inqueritos de saude bucal. Revista De Saúde Pública, 47(supl. 3), 138-147. https://doi.org/10.1590/rsp.v47isuppl.3.76762