Geoconservação e Geoturismo na Amazônia
contexto e perspectivas no Geoparque Cachoeiras do Amazonas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v31i1p50-76Palavras-chave:
Geoparque, Atrativo turístico natural, Planejamento territorial, TurismoResumo
Os Geoparques são reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como estratégia para proteção da geodiversidade, nessa premissa, foi instituído em 2011, o Geoparque Cachoeiras do Amazonas (GCA), pela Prefeitura de Presidente Figueiredo, estado do Amazonas, Brasil. Esse artigo, analisa a situação territorial do GCA focando nas possibilidades de real implementação do Geoturismo, a partir dos atrativos turísticos naturais encontrados nos estudos realizados no período de 1998 a 2020, a fim de subsidiar a elaboração de um plano de ação. Utilizou-se o método exploratório, baseado em bibliográfica e documental. Constatou-se que 57,4% da área do GCA está ocupada por “Territórios Institucionais”, enquanto que em 42,6% não foram encontradas sobreposições territoriais. Identificou-se oficialmente 81 atrativos turísticos naturais, com distintas formas de uso recreativo localizado, contudo, somente quatro foram reconhecidos como Geossítios. Para desenvolvimento do plano de ação, pondera-se a necessidade de complementação de estudos de capacidade de carga desses atrativos e a identificação de outros atrativos naturais. Indica-se ainda a adoção de regramento para gestão ambiental e turística dos locais, bem como a necessidade de interação entre sociedade local e organizações públicas e privadas para o fortalecimento da gestão do Geoparque, com desenvolvimento de agendas conjuntas que atendam objetivos comuns de proteção do patrimônio ambiental e geológico do território.
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