Raciocínio clínico em terapia ocupacional no campo da reabilitação: um modelo a partir do referencial dos cuidados paliativos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v32i1-3pe206041Palavras-chave:
Cuidados paliativos, Reabilitação, Terapia ocupacional, Raciocínio clínicoResumo
A Organização Mundial da Saúde reitera a importância do modelo dos Cuidados Paliativos precoces, presentes desde o diagnóstico inicial do paciente, como parte da assistência integral saúde, no tratamento às doenças crônicas. A literatura científica aponta que há uma subutilização da reabilitação neste contexto, com ainda menos evidências sobre a especificidade clínica da atuação do terapeuta ocupacional. O objetivo deste artigo é apresentar um modelo de raciocínio clínico e organização do plano de cuidados em Terapia Ocupacional a partir dos conceitos e princípios dos Cuidados Paliativos, com foco na intervenção clínica da Terapia Ocupacional no contexto da reabilitação. Foi desenvolvido a partir deste referencial teórico conjuntamente com reflexões sobre a prática cotidiana e sistematização das ações desenvolvidas. A ação terapêutica ocupacional ocorrerá em três momentos distintos: fase inicial, fase crônica, fase de doença avançada/final de vida). Para cada um deles, as prioridades são diferentes, assim como os recursos, ferramentas e estratégias a serem utilizadas na intervenção. Por fim, para a definição de prioridades de tratamento (e seus objetivos de curto, médio e longo prazos), exige-se uma composição entre a avaliação específica e a identificação do momento atual do paciente no processo de adoecimento.
Downloads
Referências
Jorge LL, Othero MB. Reabilitação em cuidados paliativos. In: Carvalho RT, Parsons HA, organizadores. Manual de cuidados paliativos da ANCP. 2a ed. Porto Alegre: Sulina; 2012. p.500-516.
Elfred A. Rehabilitation. In: Sykes N, Edmonds P, Wiles J. Management of advanced disease. Great Britain: Arnold; 2004. p.549-559.
Turner-Stokes L, Sykes N, Silber E, Khatri A, Sutton L, Young E. From diagnosis to death: exploring the interface between neurology, rehabilitation and palliative care in managing people with long-term neurological conditions. Clin Med. 2007;7(2):129-136. doi: https://doi.org/10.7861/clinmedicine.7-2-129
Watson M, Lucas C, Hoy A, Wells J. Oxford handbook of palliative care. 2nd ed. USA: Oxford University Press; 2009.
De Carlo, MMRP; Kebbe LM; Palm, RDCM. Fundamentação e processos de terapia ocupacional em contextos hospitalares e cuidados paliativos. In: De Carlo MMRP, Kudo AM, organizadores. Terapia ocupacional em contextos hospitalares e cuidados paliativos. São Paulo: Editora Payá; 2018. p.1-32.
Royal College of Physicians. Long-term neurological conditions: management ate the interface between neurology, rehabilitation and Palliative care. Reviewed. Great Britain: The Lavenham Group; 2011.
National Coordinating for the Service Delivery and Organization (NCCSDO). End of life care in long term neurological conditions. A framework for implementation. NHS. National End of Life Care Program. Great Britain; 2009.
Du Boulay S. Changing the face of death. The story of Cicely Saunders. 2nd ed. Great Britain: Brightsea Press; 2007.
Matsumoto DY. Cuidados paliativos: conceito, fundamentos e princípios. In: Carvalho RT, Parsons HA, organizadores. Manual de cuidados paliativos da ANCP. 2a ed. Porto Alegre: Sulina; 2012. p.23-41.
World Health Organization. Palliative care. Factsheet. August; 2020. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/palliative-care
Worldwide Hospice Palliative Care Alliance. World Health Organization. Global atlas of palliative care. 2nd ed. London, UK: WHPCA; 2020. Available from: http://www.thewhpca.org/resources/global-atlas-on-end-of-life-care
Temel JS, Greer JA, Muzikansky A, Gallagher ER, Admane S, Jackson VA, Dahlin CM, Blinderman CD, Jacobsen J, Pirl WF, Billings JA, Lynch TJ. Early palliative care for patients with metastatic non-small-cell lung cancer. N Engl J Med. 2010;363(8):733-42. doi: https://doi.org/10.1056/NEJMoa1000678
Gomes ALZ; Othero MB. Cuidados paliativos. Estud Avançados. 2016;30:155-166. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-40142016.30880011
Ribeiro MS; Othero MB. Terapia ocupacional. In: Nunes R, Rego F, Rego G, organizadores. Enciclopédia Luso-Brasileira de Cuidados Paliativos. Coimbra, Portugal: Almedina; 2018. p.589-596.
Costa APP, Othero MB, Cândido T. O papel da terapia ocupacional nos cuidados paliativos. In: Costa APP, Othero MB, organizadores. Reabilitação em cuidados paliativos. Loures, Portugal: Editora Lusodidacta; 2014. p.125-142.
World Health Organization (WHO). Palliative care. Cancer control: knowledge into action: WHO guide for effective programs. Module 5. Geneva: World Health Organization; 2002.
Maciel MGS, Othero MB. Cuidados paliativos e assistência na terminalidade. In: Veit MT, Redo CD, Fernandes KS, Stephan MMAC, Othero MB, Macieira RC, Carvalho VA, organizadores. Transdisciplinaridade em oncologia: caminhos para um atendimento integrado. São Paulo: ABRALE / HR Gráfica e Editora; 2009. p.184-195.
Othero MB, Ribeiro MS, Parsons HA. Profiles of palliative care services and teams composition in Brazil: first steps to the Brazilian Atlas of Palliative Care. In: 14th World Congress of the European Association of Palliative Care; 2015. Copenhagen, Dinamarca; 2015. Available from: http://www.premierhospital.com.br/encontro/wp-content/uploads/2017/06/Saiba-Mais-link-4-Poster-Dinamarca.pdf
Parsons HA, Othero MB. Palliative care in Brazil: service profile. In: 13th World Congress of the European Association of Palliative Care; 2013. Praga, República Tcheca; 2013.
DeLisa JA. A history of cancer rehabilitation. Cancer. 2001;92(4S):970-4. doi: https://doi.org/10.1002/1097-0142(20010815)92:4
Edwards A. Symptom relief in palliative neurological care. In: Byrne J, McNamara P, Seymour J, McClinton P. Palliative care in neurological disease United Kingdon: Radcliffe Publishing; 2009. p.47-69. doi: https://doi.org/10.1201/9780429091438
Kim A, Fall P, Wang D. Palliative care: optimizing quality of life. JAOA. 2005;105:S9-S14. doi: 10.7556/jaoa.2005.20022
Twycross R. Medicina paliativa: filosofia y consideraciones éticas. Acta Bioethica. 2000;6(1). doi: https://doi.org/10.4067/S1726-569X2000000100003
Yoshioka H. Rehabilitation for the terminal cancer patient. Am J Phys Med Rehabil. 1994;73:199-206. doi: https://doi.org/10.1097/00002060-199406000-00009
Othero MB. Cuidados paliativos. In: Cavalcante e Galvão. Terapia ocupacional: fundamentação e prática. 2ª ed. RJ: Grupo Gen, Guanabara-Koogan; s.d. [no prelo].
Schell BB. Raciocínio clínico: a base da prática. In: Neistadt ME, editor. Williard e Spackman. Terapia ocupacional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2010. p.80-90.
Othero MB. Terapia ocupacional na assistência oncológica em geriatria e gerontologia – experiências em cuidados paliativos no setor privado. In: Othero MB, organizadora. Terapia ocupacional – práticas em oncologia. São Paulo: Editora Roca; 2010. p.388-407.
Othero MB. O papel do terapeuta ocupacional na equipe. In: Carvalho RT, Parsons HA, organizadores. Manual de cuidados paliativos da ANCP. 2a ed. Porto Alegre: Sulina; 2012. p.361-363.
Othero MB, Santos WA. Terapia ocupacional em pacientes oncológicos na UTI pediátrica. In: La Torre FPF, et al., organizadores. UTI pediátrica. Barueri, SP: Manole; 2015. p.1354-1373.
Law M, et al. Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM). Belo Horizonte: Editora UFMG; 2009.
Costa APP, Othero MB. Palliative care, terminal illness and the model of human occupation. Phys Occup Ther Geriatr. 2012;30:316-327. doi: https://doi.org/10.3109/02703181.2012.743205
Novelli MMPC, Marques NCF, Mendes RS, Matteuci M, Medeiros AS, Kuga J, Machado AF, Uchôa-Figueiredo LR, Katz N. Adaptação transcultural da bateria DLOTCA-G (Dynamic Lowenstein Occupational Therapy Cognitive Assessment – for Geriatric Population) para a língua portuguesa/Cross-cultural adaptation of the DLOTCA-G (Dynamic Lowenstein Occupational Therapy Cognitive Ass. Cad Bras Ter Ocup. 2015;23(2):251–260. doi: https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0490
Lino VTS, et al. Adaptação transcultural da Escala de Independência em Atividades da Vida Diária (Escala de Katz). Cad Saúde Pública (Rio de Janeiro). 2008;24(1):103-112. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008000100010
Minosso JSM, et al. Validação, no Brasil, do Índice de Barthel em idosos atendidos em ambulatórios. Acta Paul Enferm. 2010;23(2):218-23. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-21002010000200011
Riberto M, Miyazaki MH, Jucá SSH, Sakamoto H, Pinto PPN, Battistella LR. Validação da Versão Brasileira da Medida de Independência Funcional. Acta Fisiatr. 2004;11(2):72-6. doi: https://doi.org/10.5935/0104-7795.20040003
Brucki SMD, Nitrini R, Caramelli P, Bertolucci PHF, Okamoto IH. Suggestions for utilization of the mini-mental state examination in Brazil. Arq Neuropsiquiatr. 2003;61(3B):777-781. doi: https://doi.org/10.1590/S0004-282X2003000500014
Maciel, MGS. Avaliação do paciente em cuidados paliativos. In: Carvalho RT, Parsons HA, organizadores. Manual de cuidados paliativos da ANCP. 2a ed. Porto Alegre: Sulina; 2012. p.31-41.
Monteiro DR, Almeida MA, Kruse MHL. Tradução e adaptação transcultural do instrumento Edmonton Symptom Assessment System para uso em cuidados paliativos. Rev Gaúcha Enferm. 2013;34(2):163-171. doi: https://doi.org/10.1590/S1983-14472013000200021
Cardoso, MGM. Classificação, fisiopatologia e avaliação da dor. In: Carvalho RT, Parsons HA, organizadores. Manual de cuidados paliativos da ANCP. 2a ed. Porto Alegre: Sulina; 2012. p.113-122.
Mota DDCF, Pimenta CAM, Fitch MI. Pictograma de fadiga: uma alternativa para avaliação da intensidade e impacto da fadiga. Rev Esc Enferm USP. 2009;43(esp.):1080-7. doi: https://doi.org/10.1590/S0080-62342009000500012
Santana MT, Gómez-Batiste X, Silva LM, Gutiérrez MG. Adaptação transcultural e validação semântica de instrumento para identificação de necessidades paliativas em língua portuguesa. Einstein (São Paulo). 2020;18. http://dx.doi.org/10.31744/einstein_journal/2020AO5539
The Gold Standards Framework. Proactive Identification Guidance (PIG). GSF PIG 7th Edition June 2022 Keri Thomas, Max Watson (HUK), Julie Armstrong Wilson and the GSF team. Available from: https://www.gsfinternational.org.uk/pig-tool
Canadian Association of Occupational Therapists. CAOT Position Statement: Occupational therapy and end-of-life care (2017). Available from: https://caot.ca/document/6130/PS_EndofLife.pdf
Cox DL. Terapia ocupacional e síndrome da fadiga crônica. São Paulo: UniSantos Editora; 2005.
Othero MB. Assistência ao familiar da pessoa com câncer. In: Othero MB, organizadora. Terapia ocupacional – práticas em oncologia. São Paulo: Editora Roca; 2010. p.111-122.
Othero MB, organizadora. Cadernos de terapia ocupacional. In: I Fórum do Comitê de Terapia Ocupacional da ABRALE. São Paulo: Bartz Texto e Audiovisual; 2015.
Othero MB, Ayres JRCM. Resgate biográfico como estratégia de assistência a pacientes com condições neurológicas muito graves. Rev Ter Ocup Univ São Paulo. 2014;25:80-87. doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v25i1p80-87
Aires EM. Características gerais do processo de avaliação. In: De Carlo MMRP, Queiroz MEG, organizadores. Dor e cuidados paliativos – terapia ocupacional e interdisciplinaridade. São Paulo: Roca; 2007. p.63-69.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Marilia Bense Othero
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.