Intervenções não farmacológicas para manejo de delirium: atuação de terapeutas ocupacionais no centro de terapia intensiva
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.rto.2023.215695Palavras-chave:
Delirium, Centro de Terapia Intensiva, Terapia Ocupacional, Adulto, EmergênciasResumo
O delirium é uma disfunção neurológica aguda frequentemente observada em pacientes internados em Centro de Terapia Intensiva, caracterizado por alterações transitórias da consciência e cognição, em geral, por breve período de tempo. O objetivo desta pesquisa foi identificar e categorizar intervenções terapêuticas ocupacionais não farmacológicas para manejo de delirium em indivíduos adultos atendidos no centro de terapia intensiva de um hospital público universitário de alta complexidade. Por meio de um estudo qualitativo, retrospectivo, de natureza aplicada, com base em análise documental, de caráter descritivo exploratório, foram analisadas as variáveis sociodemográficas, diagnósticos, informações sobre as avaliações e intervenções terapêuticas ocupacionais para o manejo não farmacológico de delirium e desfecho dos casos de 26 indivíduos. A maioria da amostra foi composta pelo gênero masculino, com a faixa etária predominante de 25-44 anos e quase metade possuíam o ensino fundamental II completo. A maior parte das internações foram decorrentes de urgências traumáticas. Das intervenções terapêuticas ocupacionais mais prevalentes no manejo não farmacológico, evidencia-se: a orientação temporal e espacial, organização ambiental e posicionamento, toque afetivo e acolhimento e a nomeação, função e orientação dos dispositivos, respectivamente. Foram identificadas e categorizadas 22 intervenções não farmacológicas para manejo de delirium.
Downloads
Referências
Dessap AM, Roche-Campo F, Launay JM, Charles-Nelson A, Katsahian S, et al. Delirium and circadian rhythm of melatonin during waning from mechanical ventilation: an ancillary study of wearing trial. Chest. 2015;148(5):1231-41. http://dx.doi.org/10.1378/chest.15-0525.
Di Tommaso ABG, Moraes NS, Cruz EC, Kairalla MC, Cendoroglo MS. Guia prático de geriatria. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan; 2016.
Hipp MD, Elly EW. Pharmacological and nonpharmacological management of delirium in critically ill patients. Neurotherapeutics. 2012;9:158-175. http://dx.doi.org/10.1007/s13311-011-0102-9.
Pitrowsky MT, Shinotsuka CR, Soares M, Lima MASD, Salluh JIF. Importância da monitorização do delirium na unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2010;22(3):274-279. https://doi.org/10.1590/S0103-507X2010000300010.
Brasil. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria Nº 3.432, de 12 de agosto de 1998. Estabelece critérios de classificação para as Unidades de Tratamento Intensivo - UTI. Diário Oficial da União. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt3432_12_08_1998.html
Salluh, JI, Wang H, Schneider EB, Nagaraja N, Yenokyan G, Damluji A, et al. Outcome of delirium in critically ill patients: systematic review and metaanalysis. BMJ. 2015;350:h2538. https://doi.org/10.1136/bmj.h2538.
Morandi A, Pozzi C, Milisen K, Hobbelen H, Bottomley JM, Lanzoni A, et al. An interdisciplinary statement scientific societies for the advancement of delirium care across Europe (EDA, EANS, EUGMS, COTEC, IPTOP/WCPT). BMC Geriatr. 2019;19:253. https://doi.org/10.1186/s12877-019-1264-2.
Pessoa RF, Nácul FE. Delirium em pacientes críticos. Rev Bras Ter Intensiva. 2006;18(2):190-195. https://doi.org/10.1590/S0103-507X2006000200013.
Tobar EA, Álvarez E, Garrido MA. Cognitive stimulation and occupational therapy for delirium prevention. Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(2):48-252. https://doi.org/10.5935/0103-507X.20170034.
Álvarez E, Garrido MA, Tobar EA, Prieto SA, Vergara S, Briceño C, et al. Occupational therapy for delirium management in elderly patients without mechanical ventilation in an intensive care unit: a pilot randomized clinical trial. J Crit Care. 2017;37:85-90. https://doi.org/10.1016/j.jcrc.2016.09.002.
Herling S, Fgreve I, Evasilevskis EE, Egerod I, Bekker M, Moller AM, et al. Interventions for preventing intensive care unit delirium in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2018;11(11):CD009783. https://doi.org//10.1002/14651858.CD009783.pub2.
Weinreich M, Herman J, Dickason S, Mayo H. Occupational Therapy in the Intensive Care Unit: a systematic review. Occup Ther Health Care. 2017;31(3):205-213. https://doi.org/10.1080/07380577.2017.1340690.
Caetano GM, Niyama BT, Almeida MHM, Batista MPP, Ratier APP. Intervenção não farmacológica no manejo de delirium: uma revisão bibliográfica integrativa. Cad Bras Ter Ocup. 2021;29:8-14. https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAR2198.
Oliveira DMP, Pereira CU, Freitas ZMP. Escalas para avaliação do nível de consciência em trauma cranioencefálico e sua relevância para a prática de enfermagem em neurocirurgia. Arq Bras Neurocir. 2014;33(1):22-32. https://doi.org/10.1055/s-0038-1626195.
Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4a. ed. São Paulo: Atlas; 2008.
Boot R. Delirium: a review of the nurses role in the intensive care unit. Intensive Crit Care Nurs. 2012;28(3):185-9. https://doi.org/10.1016/j.iccn.2011.11.004.
Gusmao-Flores D, Salluh JIF, Dal-Pizzol F, Ritter C, Tomasi CD, Lima MASD, et al. The validity and reliability of the Portuguese versions of three tools used to diagnose delirium in critically ill patients. Clinics. 2011;66(11):1917-22. https://doi.org/10.1590/S1807-59322011001100011.
Bastos AS, Beccaria LM, Silva DC, Barbosa TP. Prevalência de delirium em pacientes de terapia intensiva e associação com sedoanalgesia, gravidade e mortalidade. Rev Gaúcha Enferm. 2020;41:e20190068. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2020.20190068.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise de Situação de Saúde. Portaria Nº 737 de 16 de maio de 2001. Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências. Diário Oficial da União. 2001. 2a ed. 96. 1E. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_reducao_morbimortalidade_acidentes_2ed.pdf.
Brasil. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção às urgências. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2003. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_urgencias.pdf.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. Manual instrutivo da Rede de Atenção às Urgências e Emergências no Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_rede_atencao_urgencias.pdf.
Mascarenhas MDM, Monteiro RA, Sá NNB, Gonzaga LAA, Neves ACM, Silva MMA, et al. Epidemiologia das causas externas no Brasil: morbidade por acidentes e violências. In: Brasil. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2010: uma análise da situação de saúde e de evidências selecionadas de impacto de ações de vigilância em saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2011. p.203-24.
Azevedo ACF, Camargo AMS, Oliveira EM. Delirium e tempo de permanência em Unidade de Terapia Intensiva. Rev Baiana Enferm. 2020;33. https://doi.org/10.18471/rbe.v33.33554.
Schubert M, Schürch R, Boettger S, Garcia Nuñez D, Schwarz U, Bettex D, et al. A hospital-wide evaluation of delirium prevalence and outcomes in acute care patients - a cohort study. BMC Health Serv Res. 2018;18(1):550. https://doi.org/10.1186/s12913-018-3345-x.
Ely EW, Margolin R, Francis J, May L, Truman B, Dittus R, et al. Evaluation of delirium in critically ill patients: validation of the Confusion Assessment Method for the intensive Care Unit (CAM-ICU). Crit Care Med. 2001;29(7):1370-9. https://doi:10.1097/00003246-200107000-00012.
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Média de Permanência UTI Adulto. Brasília; 2013. Disponível em: https://www.gov.br/ans/pt-br/arquivos/assuntos/prestadores/qualiss-programa-de-qualificacao-dos-prestadores-de-servicos-de-saude-1/versao-anterior-do-qualiss/e-efi-7.pdf.
Gollegã ACC, Luzo MCM, Carlo MMRP. Terapia Ocupacional – princípios, recursos e perspectivas em reabilitação física. In: Carlo MMRP; Bartalotti CC. Terapia Ocupacional no Brasil: fundamentos e perspectivas. São Paulo: Plexus; 2001. p.137-154.
Cazeiro APM, Peres PT. A Terapia Ocupacional na prevenção e no tratamento de complicações decorrentes da imobilização no leito. Cad Bras Ter Ocup. 2010;18(2). Disponível em: https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/351
Ferreira ABH. Miniaurélio: o minidicionário da língua portuguesa. Curitiba: Positivo; 2004.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização-PNH. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2004. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_2004.pdf.
Santos CAV, Terapia Ocupacional em Unidade de Terapia Intensiva Adultos e Idoso. In: De Carlo MMRP, Kudo AM. Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos. 8a. ed. São Paulo: Editora Payá; 2018. p.350-355.
Ferreira PBP, Porto IS, Espírito Santo FH, Figueiredo NMA, Enders BC, Cameron LE, et al. Health education for hospitalized patient in nursing care: a conceptual analysis. Rev Bras Enferm. 2022;75(2):e20200459. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0459.
Fisher AG, Griswold LA. Performance skills: Implementing performance analyses to evaluate quality of occupational performance. In: Schell BAB, Gillen G. Willardand Spackman’s occupational therapy. 13a. ed. Philadelphia: Wolters Kluwer; 2019. p.335-350.
McIlvennan CK, Allen LA. Palliative care in patients with heart failure. BMJ. 2016;353:i1010. https://doi.org/10.1136/bmj.i1010.
Fangel LMV, Cardoso RC. Noções de Oncologia e Atuação do Terapeuta Ocupacional no Câncer de Mama e de Pulmão. In: De Carlo MMRP, Kudo AM. Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos. 8a. ed. São Paulo: Editora Payá; 2018. p.160-172.
Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Brasília: Ministério da Saúde; 2014. p.40. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/documento_referencia_programa_nacional_seguranca.pdf.
World Federation of Occupational Therapists. About occupational therapy. 2022. Disponível em: https://www.wfot.org/about-occupational-therapy.
Fiese BH. Routines and rituals: Opportunities for participation in family health. OTJR (Thorofare N J). 2007;27:41S–49S. https://doi.org/10.1177/15394492070270S.
Segal R. Family routines and rituals: A context for occupational therapy interventions. Am J Occup Ther. 2004;58:499–508. https://doi.org/10.5014/ajot.58.5.499.
De-Carlo MMRP, Gomes-Ferraz CA, Rezende G, Buin L, Moreira DJA, Souza KL, et al. Diretrizes para a assistência da terapia ocupacional na pandemia da COVID-19 e perspectivas pós-pandemia. Medicina (Ribeirão Preto). 2020;53(3). https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v53i3p332-369
Alminhana LO, Hoch LC. Benefícios das Técnicas Mente-Corpo como intervenções psicoterapêuticas em pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico, sob a perspectiva transpessoal. Dissertação de mestrado em teologia. São Leopoldo: Escola Superior de Teologia; 2004. Disponível em: http://www3.est.edu.br/biblioteca/btd/Textos/Mestre/Alminhana_lo_tm114.pdf.
AOTA. Enquadramento da Prática da Terapia Ocupacional: domínio e processo. Versão Portuguesa de Occupational Therapy Practice Framework: Domain and Process. 4a ed. 2020. https://doi.org/10.25766/671r-0c18.
Bombarda, TB, Lanza AL, Santos CAV, Joaquim RHVT. Terapia Ocupacional na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e as percepções da equipe. Cad Bras Ter Ocup. 2016;24(4):827–35. Disponível em: www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/1580.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
