A angústia de ser e o tédio de existir: delírio, fragilidade e a queda das ilusões transcendentes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-4765.rus.234430

Palavras-chave:

Angústia existencial, Dostoiévski, Cioran, Tédio, Delírio

Resumo

Este artigo analisa a angústia existencial nas obras de Fiódor Dostoiévski e sua  relação com o pensamento de Emil Cioran, destacando a angústia advinda do despertar existencial. Por meio de análise literária de Crime e Castigo, demonstra-se como personagens como Raskólnikov busca transcender sua mediocridade humana através de atos extremos, fracassando ao confrontar a realidade de sua condição finita. A angústia emerge como uma  crise identitária, expondo a contradição entre aspirações grandiosas e fragilidade humana. Em  diálogo com Cioran, o artigo explora a dinâmica entre tédio (vazio existencial) e delírio (fuga  por projetos utópicos), revelando que a busca por sentido amplia o desespero. Conclui-se que  a angústia, em ambos os autores, é paradoxal: sofrimento inevitável, mas também caminho  para a lucidez sobre a precariedade da existência, desafiando o indivíduo a reconstruir  significados sem ilusões transcendentes. 

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Biografia do Autor

  • Simone Fatima de Oliveira, Universidade Federal do Paraná

    Mestranda em Filosofia - UFPR

Referências

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Publicado

2025-05-30

Como Citar

Oliveira, S. F. de. (2025). A angústia de ser e o tédio de existir: delírio, fragilidade e a queda das ilusões transcendentes. RUS (São Paulo), 16(28), 275-292. https://doi.org/10.11606/issn.2317-4765.rus.234430