Teatro expandido em contexto brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v18i1p6-34Palavras-chave:
Giro social da arte, estética e política, Lia RodriguesResumo
O texto trata da retomada do ativismo nas instâncias da arte contextual (Paul Ardenne) e relacional (Nicolas Bourriaud), que se reflete na aproximação das artes cênicas com a política. Claire Bishop considera a tendência um “giro social” da arte, que localiza no final do século XX e detecta na postura social, característica dos criadores, e na rejeição à estética e à formalização, substituídas por intervenções decididamente ligadas ao trabalho em comunidades e à atuação em frentes próximas ao trabalho social. Na tentativa de reabilitar a ideia de estética em conexão com a política, Bishop recorre ao filósofo Jacques Rancière e a suas concepções de “partilha do sensível” e “regime estético da arte”. A partir desses pressupostos, analisa-se o trabalho da artista Lia Rodrigues e sua relação com a comunidade da Maré.
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