Danger zone
espectrografias sonoro-visuais em duas peças televisivas de Beckett
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v19i2p163-178Palavras-chave:
Samuel Beckett, Dramaturgia, Encenação, Peças televisivas, Teatro contemporâneoResumo
Este ensaio busca pensar de que modo parte da dramaturgia beckettiana pode ser lida como uma espectropoética, isto é, concebida como modo de trabalhar o elemento espectral em suas composições via procedimentos sonoros e imagéticos específicos. Pautadas pela fragmentação sonora, pela polifonia, pela duplicação vocal e figural, as peças televisivas de Beckett teriam como traço comum a ênfase na dimensão auditiva e no universo acústico das operações características de meios sonoros, o que resultaria na criação de zonas de tensão entre temporalidade e espacialidade, matéria sonora das palavras e imagem. Essas espectropoéticas se configurariam então como exercícios de experimentação vocal e de escuta marcados por traço lacunar, por reduplicações, ressonâncias e espelhamentos que caracterizariam a indeterminação da ausência-presença como procedimento formal privilegiado dessa dramaturgia.
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