O marinheiro: Palavra e memória
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v22i1p5-33Palavras-chave:
O marinheiro, Teatro estático, Fernando Pessoa, Cena contemporânea, ReflexividadeResumo
Desenvolve-se uma análise literária do poema dramático O marinheiro, de Fernando Pessoa, escrito em 1913 e publicado em 1915, apresentando o imaginário criado pelo autor e uma reflexão sobre o teatro estático e o teatro simbolista, com base em Péter Szondi e Hans Thies Lehmann. Em seguida, a análise debruça-se, a partir das memórias das personagens do texto pessoano, na autorreflexividade do autor e nas vozes que fiam a personagem título, em uma articulação com “A reflexividade discursiva em O Marinheiro”, de Caio Gagliardi, que se dá tanto pelas palavras quanto pelo silêncio que toma corpo e preenche o espaço subjetivo. Por fim, a inconclusão sobre a vida e a morte do Marinheiro e seus próprios limites são apresentados, acenando com A parte do fogo, de Maurice Blanchot.
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