A travessia do deserto: verdade e não-saber em Pornoteobrasil, do Tablado de Arruar
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v22i2p141-166Palavras-chave:
Teatro paulistano, Política brasileira, Estética e políticaResumo
Este ensaio analisa a peça teatral Pornoteobrasil, estreada pela companhia paulistana Tablado de Arruar em janeiro de 2019, primeiro mês do governo de Jair Bolsonaro. Observa-se como a arte pode estar à altura da urgência do tempo histórico sem pretender oferecer respostas e soluções prontas para os impasses que ele apresenta. Essa investigação nos permite ver o teatro político contemporâneo como pós-brechtiano, localizando a transformação do mundo não no plano das possibilidades, mas no campo do impossível.
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