A travessia do deserto: verdade e não-saber em Pornoteobrasil, do Tablado de Arruar

Autores

  • Artur Sartori Kon Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v22i2p141-166

Palavras-chave:

Teatro paulistano, Política brasileira, Estética e política

Resumo

Este ensaio analisa a peça teatral Pornoteobrasil, estreada pela companhia paulistana Tablado de Arruar em janeiro de 2019, primeiro mês do governo de Jair Bolsonaro. Observa-se como a arte pode estar à altura da urgência do tempo histórico sem pretender oferecer respostas e soluções prontas para os impasses que ele apresenta. Essa investigação nos permite ver o teatro político contemporâneo como pós-brechtiano, localizando a transformação do mundo não no plano das possibilidades, mas no campo do impossível.

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Biografia do Autor

  • Artur Sartori Kon, Universidade de São Paulo

    Ator e dramaturgo na Cia de Teatro Acidental desde 2009. Doutor (2021) e mestre (2015) em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Bacharel em Artes Cênicas pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (IA-Unicamp) (2009). Atualmente faz pós-doutorado em Artes Cênicas na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), processo nº 2021/13778-6.

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Publicado

2023-09-21

Edição

Seção

ARTIGOS

Como Citar

Kon, A. S. (2023). A travessia do deserto: verdade e não-saber em Pornoteobrasil, do Tablado de Arruar. Sala Preta, 22(2), 141-166. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v22i2p141-166

Dados de financiamento