Abalar a cara pálida, trocar de pele: percursos performativos para cruzar ontologias e gerações
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v23i1p35-56Palavras-chave:
Troca de pele, Ontologias ameríndias, Jogo dramático infantilResumo
As noções de alma selvagem e perspectivismo ameríndio formuladas por Eduardo Viveiros de Castro estabelecem, por oposição, os contornos da cara pálida e inspiram pensamentos e ações que buscam alargar visões hegemônicas ligadas ao jogo dramático infantil. Este estudo apresenta uma narrativa do povo Nambikwara que situa a “troca de peles” e encoraja a busca por ações nessa direção junto a crianças de uma escola pública de artes em percursos performativos, além de orientar associações, nas transfigurações em perspectivas diversas, entre as artes da cena e o xamanismo. Os trânsitos geracionais e o desvelamento das diversas peles que tecem essa escrita ecoam nela os questionamentos tensionados e performados.
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