Abalar a cara pálida, trocar de pele: percursos performativos para cruzar ontologias e gerações

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v23i1p35-56

Palavras-chave:

Troca de pele, Ontologias ameríndias, Jogo dramático infantil

Resumo

As noções de alma selvagem e perspectivismo ameríndio formuladas por Eduardo Viveiros de Castro estabelecem, por oposição, os contornos da cara pálida e inspiram pensamentos e ações que buscam alargar visões hegemônicas ligadas ao jogo dramático infantil. Este estudo apresenta uma narrativa do povo Nambikwara que situa a “troca de peles” e encoraja a busca por ações nessa direção junto a crianças de uma escola pública de artes em percursos performativos, além de orientar associações, nas transfigurações em perspectivas diversas, entre as artes da cena e o xamanismo. Os trânsitos geracionais e o desvelamento das diversas peles que tecem essa escrita ecoam nela os questionamentos tensionados e performados.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Lígia de Moura Borges, Universidade de São Paulo

    Professora de artes no Instituto Federal de Alagoas (IFAL) – Batalha. Doutora em Pedagogia Teatral na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Contadora de histórias, atriz e encenadora. Fundadora e integrante da Companhia Ginga e Prosa.

Referências

BENJAMIN, W. O contador de histórias. In: BENJAMIN, W. Linguagem, tradução, literatura (filosofia, teoria e crítica). Tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2018. p. 139-166.

BORGES, L. M. Tecendo o sopro do narrador. 2017. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. DOI: 10.11606/D.27.2017.tde-07072017-103519

CABRAL, B. A. V. Drama como método de ensino. São Paulo: Hucitec, 2006.

DANOWSKI, D.; CASTRO, E. V. Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie: Instituto Socioambiental, 2014.

DESGRANGES, F. A pedagogia do espectador. São Paulo: Hucitec, 2003.

KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

LÉVI-STRAUSS, C. O pensamento selvagem. Tradução de Maria Celeste da Costa e Souza e Almir de Oliveira Aguiar. São Paulo: Editora Nacional: Editora da USP, 1970.

LÉVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. Tradução de Rosa Freire d´Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

LOTH, R. W. Ver, pensar e escrever com(o) um animal: devires do inumano na arte/literatura. 2014. Tese (Doutorado em Literatura) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014.

MACHADO, M. M. Fazer surgir antiestruturas: abordagem em espiral para pensar um currículo em arte. Revista e-curriculum, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 1-21, 2012.

MARTINS, L. M. Afrografias da memória: o reinado do Rosário no Jatobá. 2. ed. Belo Horizonte: Mazza Edições; São Paulo: Perspectiva, 2021.

MEDEIROS, S. (Org.). Makunaíma e Jurupari: cosmogonias ameríndias. São Paulo: Perspectiva, 2002.

MUNDURUKU, D. Contos indígenas brasileiros. 2. ed. São Paulo: Global, 2005.

SARMENTO, M. J. Imaginário e culturas da infância. Cadernos de Educação, Pelotas, n. 21, p. 51-69, 2003.

SCALARI, R. C. Jacques Copeau e o instinto dramático da criança. Sala Preta, São Paulo, v. 21, n. 2, p. 49-65, 2022. DOI: 10.11606/issn.2238-3867.v21i2p49-65

SLADE, P. O jogo dramático infantil. Tradução de Tatiana Belinky. 8. ed. São Paulo: Summus, 1978.

VIVEIROS DE CASTRO, E. O mármore e a murta: a inconstância da alma selvagem. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 35, p. 21-74, 1992. DOI: 10.11606/2179-0892.ra.1992.111318

VIVEIROS DE CASTRO, E. A Inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2013.

WEBER, M. A ciência como vocação: In: WEBER, M. Ensaios de sociologia. Tradução de Waltensir Dutra. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1982. p. 154-183.

WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. Tradução de José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

Downloads

Publicado

2024-04-30

Edição

Seção

DOSSIÊ TEORIAS DA CENA EM PERSPECTIVAS DO SUL

Como Citar

Borges, L. de M. (2024). Abalar a cara pálida, trocar de pele: percursos performativos para cruzar ontologias e gerações. Sala Preta, 23(1), 35-56. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v23i1p35-56