Dançar/escrever/saber: uma perspectiva espiralar da dança da avamunha
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v23i3p67-93Palavras-chave:
Avamunha, Saberes Corporificados, Valores Civilizatórios Afrodiaspóricos, EspiralResumo
Este artigo desenvolve a análise de um dos movimentos da dança da avamunha, o qual faz parte de um extenso repertório de danças dos terreiros de Candomblé e, aqui, refere-se especialmente à nação Ketu. A análise é feita a partir de operações imagéticas como ferramentas de imaginação de mundos e narrativas outras sobre as corporeidades afrodiaspóricas. Desde uma perspectiva espiralar, podemos investigar os valores civilizatórios – ancestralidade, musicalidade e circularidade – que a constituem e sustentam seus códigos estéticos: a relação chão/corpo/gravidade e a flexibilidade do corpo. É no rodopio epistêmico, cinético e sensorial que podemos reconhecer o nosso chão e refletir sobre nossas práticas artísticas e pedagógicas, isto é, o nosso dançar/escrever/saber.
Downloads
Referências
AGAWU, K. The Rhythmic Structure of West African Music. The Journal of Musicology, Berkeley, CA, v. 5, n. 3, p. 400-418, 1987. Disponível em: http://bit.ly/3zmdZXY. Acesso em: 20 nov. 2020.
BARBARA, R. S. A dança das Aiabás: dança, corpo e cotidiano das mulheres de Candomblé. 2002. Tese (Doutorado em Sociologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. Disponível em: https://bit.ly/3YJb5H8. Acesso em: 23 jul. 2024.
BERTAZZO, I. Dança na Maré. In: VARELLA, D.; BERTAZZO, I.; BERENSTEIN JACQUES, P. (org.). Maré: Vida na favela. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2002. p. 113-124.
BRANDÃO, A. P.; TRINDADE, A. L. da. (org.). Modos de brincar: caderno de atividades, saberes e fazeres – Projeto “A Cor da Cultura”. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2010.
CACCIATORE, O. G. Dicionário de Cultos Afro-brasileiros: com origem das palavras. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.
CALAIS-GERMAIN, B. Anatomia Para o Movimento – Vol. 1: Introdução à Análise das Técnicas Corporais. Barueri: Manole, 1991.
DANIEL, Y. Dancing wisdom: embodied knowledge in Haitian Vodou, Cuban Yoruba, and Bahian Candomblé. Chicago: University of Illinois Press, 2005.
FERREIRA, L. Corpos moventes em diáspora: Dança, identidade e reexistências. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [s. l.], v. 11, n. 27,p. 50-63, 2019. DOI: 10.31418/2177-2770.
GROSFOGUEL, R. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista crítica de ciências sociais, [s. l.], n. 80, p. 115-147, 2008. DOI: 10.4000/rccs.697.
ISAIA, A. C.; MACHADO, G. Rum, rumpi e lé chegaram na Manchester Catarinense. In: ENCONTRO DO GT REGIONAL DE RELIGIÃO E RELIGIOSIDADES ANPUH PR/SC, 2.; SEMANA DE HISTÓRIA DEHIS/UEPG: RELIGIÃO, CULTURA E IDENTIDADES, 40., 2011, Ponta Grossa. Anais […]. Ponta Grossa: Aos Quatro Ventos, 2011. p. 152-173.
JAGUN, M. de. Orí: a cabeça como divindade – história, cultura, filosofia e religiosidade africana. Rio de Janeiro: Litteris, 2015.
JAGUN, M. de. Yorùbá: Vocabulário temático do Candomblé. Rio de Janeiro: Litteris, 2017.
KILOMBA, G. Plantation Memories: episodes of everyday racism. 2. ed. Münster: UNRAST-Verlag, 2010.
LEPECKI, A. Coreopolítica e coreopolícia. Ilha – Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 13, n. 1, 2, p. 41-60, 2012. DOI: 10.5007/2175-8034.2011v13n1-2p41.
LEPECKI, A. Planos de composição: dança, política e movimento. In: RAPOSO, P. et al. (org.). A terra do não-lugar: diálogos entre antropologia e performance. Florianópolis: Editora da UFSC, 2013. p. 107-117.
LIMA, N. Dando conta do recado: A dança afro no Rio de Janeiro e as suas influências. Rio de Janeiro: Portal Domínio Público, 2005. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=34308. Acesso em: 25 jul. 2024.
MANHÃES, J. B. Um convite à dança: Performances de umbigada entre Brasil e Moçambique. 2014. Tese (Doutorado em Artes Cênicas) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: https://bit.ly/3ldsEBn. Acesso em: 24 jul. 2024.
MARTINS, C.; MARINHO, R. Iroco: O orixá da árvore e a árvore orixá. Rio de Janeiro: Pallas, 2010.
MARTINS, L. M. Afrografias da memória: O Reinado do Rosário no Jatobá. São Paulo; Belo Horizonte: Perspectiva; Mazza Edições, 1997.
MARTINS, L. M. Performances do tempo e da memória: os Congados. O Percevejo: Estudos da Performance, Rio de Janeiro, n. 12, p. 68-83, 2003.
MARTINS, L. M. Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó, 2022.
MUSSUNDZA, T. M. Gule Wankulu: ancestralidades & memórias. Recife: Titivillus. Editora, 2018.
NZEWI, M. Melo-Rhythmic Essence and Hot Rhythm in Nigerian Folk Music. The Black Perspective in Music, Spring, v. 2, n. 1, p. 23-28, 1974. Disponível em: http://bit.ly/3MsPekC. Acesso em: 22 jul. 2015.
OLIVEIRA, N. N. de. Dança Afro: sincretismo de movimentos. Salvador: EDUFBA, 1991.
SANTOS, A. B. dos. Colonização, Quilombos: modos e significados. Brasília, DF: INCTI; UnB, 2015.
SANTOS, I. F. dos. Corpo e ancestralidade: uma proposta pluricultural de dança-arte-educação. 3. ed. São Paulo: Terceira Margem, 2006.
SANTOS, L. C. F. dos; OLIVEIRA, E. D. de. Filosofar desde os arquipélagos: filosofia afrodiaspórica como disputa de imaginários. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, [s. l.], v. 10, p. 97-109, 2019. DOI: 10.5902/2179378640050.
SANTOS, L.; SOUZA, J. R. de. Experiências e estéticas afrodiaspóricas: o corpo, a dança e o canto como procedimentos de criação de Ijo alapini. In: TAVARES, J. C. de (org.). Gramáticas das corporeidades afrodiaspóricas: Perspectivas etnográficas. Curitiba: Appris, 2020. p. 159-177.
SILVA, A. M. da. Se não tem terra não tem corpo, se não tem corpo não tem jongo: Um estudo sobre a performance jongueira do Bracuí. 2013. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
SILVA, L. da; SANTOS, I. F. dos. Colonialidade na dança e as formas africanizadas de escrita de si: perspectivas sul- sul através da técnica Germaine Acogny. Conceição/Conception, Campinas, v. 6, n. 2, p. 162-173, 2017. DOI: 10.20396/conce.v6i2.8648597.
SIMAS, L. A.; RUFINO, L. Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2018.
TAMARIT, F. ÒYE TI ÀWỌN ỌMỌ ÌLÙ. A sabedoria dos filhos do tambor: caminhos para um musipensar candomblecista. 2023. Tese (Doutorado em Música) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.
TAVARES, Júlio César de. Dança de Guerra, arquivo – arma: Elementos para uma teoria da capoeiragem e da comunicação corporal Afro-brasileira. Brasília, DF, 1984. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade de Brasília, Brasília, DF, 1984.
TAVARES, J. C. de. O que pode o corpo negro: uma introdução. In: TAVARES, J. C. de (org.). Gramáticas das corporeidades afrodiaspóricas: Perspectivas etnográficas. Curitiba: Appris, 2020. p. 19-30.
THOMPSON, R. F. African Art and Motion. In: THOMPSON, R. F. African Art in Motion: Icon and Act. Los Angeles, CA: University of California Press, 1974. p. 1-46.
WALSH, C. Interculturalidad crítica y pedagogía de-colonial: In-surgir, re-existir y re-vivir. In: CANDAU, V. M. (org.). Educação Intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2009. p. 12-42.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Laís Salgueiro Garcez

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Ao submeter um artigo à Sala Preta e tê-lo aprovado para publicação os autores concordam com os termos da Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Os autores mantém, sem restrições, os direitos autorais dos documentos publicados pelo periódico.
Os documentos distribuídos sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional podem ser compartilhados, copiados e redistribuídos em qualquer meio e formato desde que sem fins comerciais e que os devidos créditos sejam dados. Os documentos também podem ser adaptados, remixados e transformados desde que, neste caso, as contribuições feitas ao material original sejam distribuídas sob a mesma licença que o original.