Ópera Café, de Mário de Andrade: um ensaio de teatro político no palco imaginário do modernismo paulista

Autores

  • Philippe Curimbaba Freitas Temporal Editora

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v24i2p243-270

Palavras-chave:

Ópera, Teatro político, Modernismo brasileiro, Sacrifício

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar uma leitura de uma das primeiras experiências do teatro político brasileiro, a ópera Café, de Mário de Andrade, sustentando que ela se configura a partir da convergência de dois impulsos de criação: de um lado, o aproveitamento estético da perspectiva do povo, com vistas a atrair um público popular e intervir sobre ele; de outro, a ideia de um éthos assumido pelo artista, o qual se incumbe da tarefa de conduzir o público a um caminho libertário e transformador contra as forças sociais opressivas. Procura-se mostrar também o papel estrutural que o rito sacrificial de morte e ressureição desempenha na ópera.

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Biografia do Autor

  • Philippe Curimbaba Freitas, Temporal Editora

    Possui graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2009), mestrado em Música pela Universidade Estadual Paulista (2012) e doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (2019). Lecionou filosofia no ICT-Unifesp, Campus São José dos Campos, e atualmente é editor-chefe da Temporal Editora, dedicada à dramaturgia, sobretudo contemporânea. 

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Publicado

2025-08-11

Edição

Seção

DOSSIÊ: TEATRO BRASILEIRO COMO PROBLEMA HISTÓRICO, O BRASIL COMO PROBLEMA NO TEATRO

Como Citar

Freitas, P. C. (2025). Ópera Café, de Mário de Andrade: um ensaio de teatro político no palco imaginário do modernismo paulista. Sala Preta, 24(2), 243-270. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v24i2p243-270