Pânico de Palco: Modernismo, Antiteatralidade e Drama
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v13i1p13-46Palavras-chave:
Teatro, Teoria, ContemporâneoResumo
Stage Fright[i] (1950) de Alfred Hitchcock é o mistério de um assassinato ambientado no submundo[ii] do teatro. Marlene Dietrich interpreta uma diva cujo luto pelo marido assassinado é tão obviamente teatral que ela se torna imediatamente a suspeita número um do filme. Ela é seguida por uma jovem estudante de artes dramáticas, que prepara uma armadilha para revelar sua culpa. Esperando avidamente pela exposição da diva, a audiência caminha em direção a outro tipo de armadilha, atraídos pelo inteligente contraste entre a atriz imoral, em quem não podemos confiar, pois a atuação se tornou sua segunda natureza, e a novata, em quem podemos confiar por sua inexperiência de palco. O assassino, porém, não é a diva, mas um psicopata que já havia matado antes. Observa-se que o pânico de palco[iii] a que o filme de Hitchcock se refere não é o medo do ator diante da plateia, mas o medo do ator por parte da plateia.[iv]
[i] Lançado no Brasil como “Pavor nos Bastidores”.
[ii] Nota do Tradutor: o termo original demimonde refere-se a um submundo específico, precisamente a determinado grupo de mulheres marginalizadas pela sociedade por conta de comportamento promíscuo e muitas vezes envolvendo homens ricos. Uma posição intermediária entre a indiscrição e a prostituição. Também pode-se considerá-lo como sendo um grupo de pessoas cuja respeitabilidade seja dúbia.
[iii] “Pânico de palco” seria a tradução ao pé da letra do título do filme.
[iv] Uma mídia mais nova, o filme, reflete aqui uma ansiedade que é própria de uma mídia mais antiga, o teatro.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os leitores são livres para compartilhar, copiar e redistribuir os textos publicados na Sala Preta, sem fins comerciais e em qualquer suporte ou formato, desde que sejam dados os créditos apropriados ao(s) autor(es) e à Revista. Podem também adaptar, remixar, transformar e criar a partir deste material, desde que distribuam o material derivado sob a mesma licença do original – e mantenham a menção explícita ao(s) autores e à Revista Sala Preta.
Ao submeter um artigo à Sala Preta e tê-lo aprovado para publicação os autores concordam com os termos da Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.