A clínica do corpo sem boca
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0104-12902016163946Resumen
Este estudo buscou analisar a abordagem do território bucal feita por profissionais e estudantes da área médica durante consultas clínicas em uma Unidade Básica de Saúde, do município de São Paulo, e pode ser classificado como uma pesquisa de abordagem qualitativa, em que os dados foram derivados da observação participante das atividades clínicas de médicos e estudantes de medicina em uma Unidade Básica de Saúde do município de São Paulo. Os dados foram coletados por duas pesquisadoras, ao longo de quatro meses de imersão, e analisados por hermenêutica-dialética. Foi possível compreender a propedêutica clínica na área médica e perceber a centralidade de tecnologias-duras e ‘prescrições’ na abordagem clínica, em detrimento da centralidade do sujeito. Além disso, estudantes de medicina demonstraram desconhecimento da organização do serviço, revelando um descompasso entre formação e trabalho. Nas diferentes clínicas, mesmo quando havia inspeção da cavidade bucal, não houve o estabelecimento de conexões entre achados e sintomas apresentados pelos pacientes. A ‘experienciação’ das clínicas na Unidade Básica revelou a visão centrada no que “sobra do corpo” ao retirar a boca. Ou seja, a desconexão corpo-boca é reforçada também na área médica.Descargas
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Publicado
2016-12-01
Número
Sección
Original research articles
Cómo citar
Fonsêca, G. S., Junqueira, S. R., Botazzo, C., Carvalho, Y. M. de, & Araujo, M. E. de. (2016). A clínica do corpo sem boca . Saúde E Sociedade, 25(4), 1039-1049. https://doi.org/10.1590/s0104-12902016163946