Desastres, ordem social e planejamento em defesa civil: o contexto brasileiro

Autores/as

  • Norma Valencio Universidade Federal de São Carlos; Departamento de Sociologia; Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902010000400003

Palabras clave:

Sociologia dos desastres, Defesa civil, Vulnerabilidade

Resumen

A pesquisa sociológica em desastres tem muitas abordagens voltadas para as instituições e relações de poder. Desastres têm implicações sobre a ordem social, bem como a ordem social pode colaborar para a produção do desastre. As rupturas sociais provenientes de situações de desigualdade têm influência na resposta dos eventos de desastre, incluindo fatores políticos e econômicos que aumentam a vulnerabilidade. Este artigo analisa o discurso institucional e as práticas de defesa civil no contexto brasileiro. Antes de tudo, descreve as principais abordagens da sociologia dos desastres: o consenso mínimo, a polaridade e dicotomia, e mostra uma abordagem sobre a relação entre desenvolvimento desigual, vulnerabilidade e planejamento de defesa civil. A situação atual nas cidades brasileiras é de restrição de acesso a terra e isso resulta em aumento dos desastres. Se não ocorrer mudança no planejamento do Estado, com a adoção de novas estratégias explicitamente formuladas para quebrar o ponto de vista ideológico que submete grupos pobres, os desastres continuarão acontecendo. Na atual dimensão estrutural do planejamento, o sistema brasileiro de defesa civil classifica os grupos vulneráveis sem considerar a complexidade social. Desastres não destroem por completo os sistemas sociais existentes, mas são capazes de manter contínuos processos de indiferença social. Assim, este artigo conclui dando ênfase no desenvolvimento de uma agenda participativa no planejamento e no nível decisório em defesa civil.

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Publicado

2010-12-01

Número

Sección

Part I - Articles

Cómo citar

Valencio, N. (2010). Desastres, ordem social e planejamento em defesa civil: o contexto brasileiro . Saúde E Sociedade, 19(4), 748-762. https://doi.org/10.1590/S0104-12902010000400003