Nos embates com a morte, os médicos não estão sozinhos

Autores/as

  • Eliane Brígida Morais Falcão Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902012000300017

Palabras clave:

Crenças religiosas, Finitude humana, Médicos, Morte, Qualidade de vida, Envelhecimento

Resumen

Diferentes pesquisas já identificaram dificuldades, entre médicos, de lidar com o morrer humano, mas tais dificuldades estariam associadas a formas mais amplas e coletivas de lidar com o tema. O presente estudo buscou explorar tal perspectiva investigando grupos fora do âmbito dos profissionais da saúde. Dois grupos, cariocas e mineiros, foram entrevistados sobre suas visões e atitudes em relação ao tema morte. Todos na faixa etária 50-60 anos, com nível superior de escolaridade e padrão socioeconômico e cultural semelhantes e sem atuação em áreas relacionadas à saúde. A pesquisa foi de natureza exploratória e a metodologia de análise foi a do discurso do sujeito coletivo - (DSC) que se baseia na teoria da representação social. Os resultados sugeriram diferenças locais e de gênero. Os mineiros incluíram laços familiares e de amizade como elementos da qualidade de vida. Entre as mulheres (cariocas e mineiras) houve referências frequentes a elementos familiares como pai, mãe, avó e tia. No conjunto, cariocas e mineiros expressaram um padrão geral: preferem não pensar na morte, escolhem pensar na qualidade de vida para envelhecer bem. Ainda que o falar sobre a velhice traga relevantes reflexões, a dificuldade do falar sobre a morte revelou-se também nesse deslocamento. Se os médicos se veem hoje tateando caminhos para lidar com os limites da biomedicina, também os investigados encontram-se envolvidos com o uso de tais recursos no enfrentamento da morte. Uns e outros estão às voltas com as angústias que o tema favorece.

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Publicado

2012-09-01

Número

Sección

Original research articles

Cómo citar

Falcão, E. B. M. (2012). Nos embates com a morte, os médicos não estão sozinhos. Saúde E Sociedade, 21(3), 719-734. https://doi.org/10.1590/S0104-12902012000300017