“Parto ideal”: medicalização e construção de uma roteirização da assistência ao parto hospitalar no Brasil em meados do século XX

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902019180819

Palabras clave:

Medicalização, Parto, Gênero, História do Parto, Parturição, Obstetrícia

Resumen

No Brasil, as práticas de parto e nascimento passaram por profundas transformações e intenso processo de medicalização, sobretudo em meados do século XX. Os partos, que ainda aconteciam em sua maioria nos domicílios com assistência de parteiras, passaram cada vez mais a ocorrer nos hospitais, assistidos por médicos obstetras, com intervenções, práticas e rotinas próprias. A partir da análise de 31 artigos publicados em periódicos científicos brasileiros da área da obstetrícia entre os anos de 1930 e 1970, procuramos compreender as ideias em torno do processo de construção de uma rotina “ideal” para o parto hospitalar e os argumentos que sustentavam a consolidação da figura do médico como profissional mais habilitado para a assistência ao parto. O debate de obstetras acerca de uma roteirização da assistência ao parto, incluindo intervenções e práticas obstétricas que deveriam ser realizadas como rotina, lançam luz sobre os primórdios do processo de medicalização do parto no Brasil. Com a justificativa de um dever médico de diminuir o tempo e as dores do parto, e não deixar a natureza “agir sozinha”, as intervenções foram apresentadas como fruto de um novo conhecimento médico-científico que constituiria a obstetrícia moderna.

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Publicado

2019-11-09

Número

Sección

Original research articles

Cómo citar

Silva, F. ., Nucci, M. ., Nakano, A. R. ., & Teixeira, L. . (2019). “Parto ideal”: medicalização e construção de uma roteirização da assistência ao parto hospitalar no Brasil em meados do século XX. Saúde E Sociedade, 28(3), 171-184. https://doi.org/10.1590/S0104-12902019180819