Críticas ao principialismo em bioética: perspectivas desde o norte e desde o sul

Autores

  • Volnei Garrafa Universidade de Brasília; Programa de Pós-graduação em Bioética
  • Leandro Brambilla Martorell Universidade Federal de Goiás; Faculdade de Odontologia
  • Wanderson Flor do Nascimento Universidade de Brasília; Programa de Pós-graduação em Bioética

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902016150801

Resumo

A corrente de pensamento denominada principialismo teve caráter hegemônico no desenvolvimento da bioética desde a publicação do livro Principles of biomedical ethics em 1979. Essa hegemonia se fragilizou com os primeiros estudos críticos realizados por autores norte-americanos e europeus no início dos anos 1990. Logo após, bioeticistas latino-americanos também produziram críticas ao caráter hegemônico e pretensamente universal dessa teoria principialista. Inspirada nos referenciais da colonialidade descritos por Aníbal Quijano, o presente estudo procura sistematizar essas críticas em dois grupos: aquelas vindas de autores do Hemisfério Norte e aquelas provenientes de autores do Hemisfério Sul. As críticas vindas do Norte analisaram conceitualmente o principialismo, explorando seus aspectos filosóficos e sua validade como teoria. Aquelas vindas do Sul, por sua vez, focalizaram a crítica na aplicação dos princípios à realidade concreta de desigualdade existente entre países centrais e periféricos, mostrando como esse discurso pretensamente universal contribui para a manutenção das assimetrias verificadas entre países ricos e pobres. Os estudos sobre a colonialidade contribuem para a análise desse contexto na medida em que desvelam o interesse dos países centrais em monopolizar as formas de controle da subjetividade, da cultura e da produção de conhecimento do mundo ocidental.

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Publicado

2016-06-01

Edição

Seção

Artigos de pesquisa original

Como Citar

Garrafa, V., Martorell, L. B., & Nascimento, W. F. do. (2016). Críticas ao principialismo em bioética: perspectivas desde o norte e desde o sul . Saúde E Sociedade, 25(2), 442-451. https://doi.org/10.1590/S0104-12902016150801