A indústria do branqueamento em Lisboa: uma etnografia das práticas e produtos para o branqueamento da pele e seus riscos para a saúde dermatológica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902020200018

Palavras-chave:

Walking Ethnography, Branqueamento da Pele, Imigração, Corpo, Estética Étnica

Resumo

Por meio de um exercício de walking ethnography, pretendemos apresentar uma etnografia da oferta cosmética destinada à despigmentação da pele no coração de Lisboa, focando num fragmento da cidade que junta diferentes propostas e produtos estéticos: spas chineses, salões de beleza e cabeleireiros africanos, lojas do comércio dito “étnico” ligado a imigrantes e portugueses descendentes de populações asiáticas ou africanas. Definimos esse passeio como “caminho do branqueamento” – parafraseando ironicamente o título de um dos mais famosos livros de Michael Jackson, Paths towards a clearing (1989). Considerando o corpo como um projeto em construção, pretendemos mostrar que os imaginários e os desejos ligados ao consumo desses tratamentos, assim como os padrões de beleza veiculados pelo marketing dos produtos de clareamento da pele, refletem e reproduzem variáveis sociais de género, classe e raça. Queremos também evidenciar como a maior parte dos produtos branqueadores, vendidos no centro da cidade, são proibidos pela legislação europeia de regulamentação de cosméticos, devido às altas concentrações de substâncias tóxicas. Essas substâncias, que circulam livremente nas redes do comercio informal, podem ser muito prejudiciais para a saúde dos consumidores, comportando severos riscos dermatológicos.

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Publicado

2020-08-25

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Pussetti, C., & Pires, I. (2020). A indústria do branqueamento em Lisboa: uma etnografia das práticas e produtos para o branqueamento da pele e seus riscos para a saúde dermatológica. Saúde E Sociedade, 29(1), e200018. https://doi.org/10.1590/S0104-12902020200018