Argumentos para utopias da realidade e a experiência da reforma psiquiátrica brasileira
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-12902020190054Palavras-chave:
Desinstitucionalização, Saúde Mental, Filosofia, Utopias, DemocraciaResumo
Diante da proposição na filosofia política de que utopia e realismo são vertentes distintas de leitura das relações humanas e dos problemas sociais, estando em constante tensionamento, contrapõemse experiências práticas de realização de utopias. A partir da experiência da reforma psiquiátrica brasileira, compreendida na perspectiva teóricoprática da desinstitucionalização, objetivouse desenvolver argumentação sustentando conceitualmente a possibilidade de realização de utopias no real. Realizou-se investigação argumentativa de natureza reflexiva em dois tópicos – o conhecimento possível na posição utópica e a ideia de problema para o realismo – e foi desenvolvida uma proposição de aproximação das posições de utopia e realismo. Como resultado, o primeiro movimento argumentativo necessário parte da proposição de Espinosa acerca dos gêneros de conhecimento, sendo sustentado que a vertente utópica envolve, além da imaginação, a razão e o agir prático no mundo. O segundo requer uma mudança de perspectiva daquilo que é entendido como problema no realismo para sua compreensão enquanto contradições que precisam ser mantidas em aberto e confrontadas dialeticamente. Por fim, a partir de uma leitura espinosana, são apontados como elementos para a sustentação de utopias da realidade, além da razão e manter as contradições em aberto, a esperança e a segurança.
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