A competência normativa frente aos novos atores políticos: um estudo de caso da telemedicina

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DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902022210680pt

Palavras-chave:

Telemedicina, Regulação das profissões em saúde, Conflito de competências, Elaboração normativa

Resumo

A regulação da prática de telemedicina no Brasil tem se mostrado tortuosa desde seu reconhecimento pela Resolução nº 1.643/2002, do Conselho Federal de Medicina (CFM), havendo questionamentos quanto à competência deste para inserção da prática. Em 2018, o conselho editou nova resolução, mas que foi revogada em função da repercussão negativa. A pandemia de covid-19 pressionou os serviços de saúde de tal forma que o Poder Legislativo Federal foi impelido ao conflito e editou a Lei nº 13.989/2020, permitindo a prática de telemedicina durante o período da crise sanitária. O art. 6º da lei delegou ao CFM a competência para regulação da prática pós-pandemia, acirrando ainda mais as discussões. Este trabalho constitui um estudo de caso sobre a regulação da telemedicina no Brasil, buscando identificar os conflitos jurídicos impostos pela atuação do CFM em substituição ao Poder Legislativo. Utiliza o modelo político de implementação de políticas públicas de William Clune como base da análise, empregando o método da pesquisa documental qualitativa. Conclui-se que a implementação da telemedicina deve considerar as forças políticas em atuação, compreendendo o papel do CFM no processo normativo, para que se obtenha, no texto legal, uma política pública compatível com a realidade e apta a ser implementada.

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Biografia do Autor

  • Ana Romão, Universidade de São Paulo

    Universidade de São Paulo. Faculdade de Direito. São Paulo, SP, Brasil.
    Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário. São Paulo, SP, Brasil.

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Publicado

2023-02-23

Edição

Seção

Artigos de pesquisa original

Como Citar

Romão, A. (2023). A competência normativa frente aos novos atores políticos: um estudo de caso da telemedicina. Saúde E Sociedade, 32(1), e210680pt. https://doi.org/10.1590/S0104-12902022210680pt