Processos de vulnerabilização em comunidades camponesas afetadas pela transposição do rio São Francisco em Sertânia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/

Palavras-chave:

saúde ambiental, vulnerabilidade em saúde, conflito pela água, política ambiental

Resumo

O projeto da transposição do rio São Francisco é parte do conjunto de políticas de acesso à água no semiárido brasileiro e tem incidido sobre os processos de desterritorialização e vulnerabilização na região. O objetivo deste estudo foi analisar os processos de vulnerabilização em comunidades camponesas, decorrentes das obras da transposição do rio São Francisco. Trata-se de um estudo qualitativo, com aplicação de entrevistas semiestruturadas e realização de oficina com camponeses atingidos pela transposição no município de Sertânia (PE). O enfoque teórico-metodológico foi a matriz da reprodução social. Foram identificados diversos processos de vulnerabilização material e simbólica, além de agravos à saúde, como a destruição de reservatórios de água, poços artesianos, cacimbas e terras férteis, a desterritorialização, a incidência de doenças respiratórias agudas, decorrente das escavações para construção dos canais, e processos relativos à saúde mental, relacionando-se à reprodução social e ao modo de vida. A leitura sistêmica ancorada na autoconsciência e na conduta dos processos de vulnerabilização identificou uma ruptura do modo de vida tradicional e efeitos à saúde física e mental dos habitantes da região. Os efeitos negativos desse processo retroagem sobre as vulnerabilidades históricas nos territórios afetados, produzindo novas fragilidades nessas comunidades.

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Biografia do Autor

  • José Erivaldo Gonçalves, Fundação Oswaldo Cruz

    Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Departamento de Saúde Coletiva. Laboratório de Saúde, Ambiente e Trabalho. Recife, PE, Brasil.

  • Glaciene Mary da Silva Gonçalves, Fundação Oswaldo Cruz

    Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Departamento de Saúde Coletiva. Laboratório de Saúde, Ambiente e Trabalho. Recife, PE, Brasil.

  • Lia Giraldo da Silva Augusto, Fundação Oswaldo Cruz

    Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Departamento de Saúde Coletiva. Laboratório de Saúde, Ambiente e Trabalho. Recife, PE, Brasil.

  • Wanessa da Silva Gomes, Universidade de Pernambuco

    Universidade de Pernambuco. UPE Campus Garanhuns. Recife, PE, Brasil.

  • Mariana Olívia Santana dos Santos, Fundação Oswaldo Cruz

    Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Departamento de Saúde Coletiva. Laboratório de Saúde, Ambiente e Trabalho. Recife, PE, Brasil. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Departamento de Saúde Coletiva. Natal, RN, Brasil.

  • Aline do Monte Gurgel, Fundação Oswaldo Cruz

    Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Departamento de Saúde Coletiva. Laboratório de Saúde, Ambiente e Trabalho. Recife, PE, Brasil.

  • André Monteiro Costa, Fundação Oswaldo Cruz

    Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Departamento de Saúde Coletiva. Laboratório de Saúde, Ambiente e Trabalho. Recife, PE, Brasil.

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Publicado

2024-05-10

Edição

Seção

Artigos de pesquisa original

Como Citar

Gonçalves, J. E. ., Gonçalves, G. M. da S. ., Augusto, L. G. da S. ., Gomes, W. da S. ., Santos, M. O. S. dos ., Gurgel, A. do M. ., & Costa, A. M. . (2024). Processos de vulnerabilização em comunidades camponesas afetadas pela transposição do rio São Francisco em Sertânia. Saúde E Sociedade, 33(1), e220907pt. https://doi.org/10.1590/