Manifestação do sofrimento e resistência ao adoecimento na gestão do trabalho
DOI :
https://doi.org/10.1590/S0104-12902009000200007Mots-clés :
Resistências no trabalho, Saúde do trabalhador, Adoecimento, SofrimentoRésumé
O presente artigo visa a identificar e compreender as formas de resistências, a partir das manifestações do sofrimento, na gestão do trabalho. Empreendemos uma investigação numa empresa pública, do setor de serviços, numa metrópole da região Sudeste do Brasil. Recorremos a entrevistas abertas com trabalhadores, gestores e profissionais de saúde dessa empresa. Para a análise dos relatos obtidos, empregamos como metodologia a hermenêutica-dialética. Constatamos que algumas das concepções do sofrimento na literatura especializada relegam o trabalhador à posição de doente ou de vítima, negligenciando a sua capacidade de resistência e a positividade proporcionada pela manifestação do sofrimento. Os depoimentos evidenciaram a existência de resistência reativa, que se apresentava sob as formas catártica e ambivalente, e uma resistência ativa. Concluímos que as formas reativas criam condições mínimas para a permanência no emprego, são capazes de evitar o estigma de doente, entretanto, não conseguem evitar as situações favorecedoras do sofrimento. No âmbito da gestão não se reconhece a existência do processo de adoecimento no trabalho e seus dispositivos de atribuição da identidade de doente; os modelos teóricos que orientam as avaliações de serviços não contemplam os benefícios e avanços originários das diferentes formas de resistência.##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
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Publiée
2009-06-01
Numéro
Rubrique
Part I - Articles
Comment citer
Brant, L. C., & Minayo-Gomez, C. (2009). Manifestação do sofrimento e resistência ao adoecimento na gestão do trabalho . Saúde E Sociedade, 18(2), 237-247. https://doi.org/10.1590/S0104-12902009000200007