Vivenciando o racismo e a violência: um estudo sobre as vulnerabilidades da mulher negra e a busca de prevenção do HIV/aids em comunidades remanescentes de Quilombos, em Alagoas

Autores

  • Jorge Luís de Souza Riscado Universidade Federal de Alagoas; Faculdade de Medicina
  • Maria Aparecida Batista de Oliveira Universidade Federal de Alagoas; Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Arte
  • Ângela Maria Benedita Bahia de Brito Universidade Federal de Alagoas; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902010000600010

Palavras-chave:

Mulher quilombola, Violência, Racismo, DST/aids, Prevenção

Resumo

OBJETIVO: Analisar as formas de violência racial e de gênero e o comportamento das mulheres quilombolas diante das DST/aids em Comunidades Remanescentes de Quilombos em Alagoas. MÉTODOS: Abordagem qualitativa, a partir de 10 grupos focais, constituídos de 12 a 18 mulheres, com idade variável entre 16 a 55 anos, em que foram abordadas as temáticas gênero, racismo, violência doméstica, exame ginecológico preventivo, uso das Unidades Básicas de Saúde (USB) e do Programa Saúde da Família (PSF), doenças sexuais transmissíveis, parcerias sexuais, uso de camisinha, uso de drogas. O aporte teórico foi da fenomenologia de base existencialista proposta por Merleau-Ponty e o referencial foucaultiano. RESULTADOS: A análise dos depoimentos apontou que um acentuado contingente de mulheres padece de violência doméstica em níveis físico, sexual, psicológico, patrimonial e moral. Quanto ao racismo, as mulheres quilombolas disseram ser vítimas de preconceito racial, com expressões de subestimação, humilhação na rua, na escola, em festas, em atendimento em postos de saúde. Evidenciou-se um grau alto de vulnerabilidade à infecção por DST/aids e outros agravos, pela ausência de uma política de saúde mais efetiva e de um trabalho educativo nessas comunidades. CONCLUSÕES: Os dados obtidos revelaram as precárias condições de vida, as dificuldades de acesso aos serviços de saúde, a falta de prática preventiva para as doenças sexualmente transmissíveis. Faz-se necessária uma intervenção efetiva e perene dos organismos do Estado na área da educação, da saúde, visando à promoção da equidade, racial e de gênero e à saúde das mulheres quilombolas.

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Publicado

2010-12-01

Edição

Seção

nd1076184282

Como Citar

Riscado, J. L. de S., Oliveira, M. A. B. de, & Brito, Ângela M. B. B. de. (2010). Vivenciando o racismo e a violência: um estudo sobre as vulnerabilidades da mulher negra e a busca de prevenção do HIV/aids em comunidades remanescentes de Quilombos, em Alagoas . Saúde E Sociedade, 19(supl.2), 96-108. https://doi.org/10.1590/S0104-12902010000600010