A patologização do sedentarismo

Autores

  • Marcos Santos Ferreira Universidade Gama Filho; Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Exercício e do Esporte
  • Luis David Castiel Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Maria Helena Cabral de Almeida Cardoso Fundação Oswaldo Cruz; Instituto Fernandes Figueira; Departamento de Genética Médica

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902012000400004

Palavras-chave:

Estilo de vida sedentário, Risco, Atividade motora, Exercício, Política de saúde

Resumo

A identificação do sedentarismo como fator de risco para doenças crônico-degenerativas influenciou significativamente nas recomendações de saúde pública em defesa de estilos de vida fisicamente ativos. O artigo estuda o processo de patologização do sedentarismo e seus desdobramentos para o campo da saúde pública. Num primeiro momento, discutimos de que maneira o modelo biomédico serve de base para a transposição de aspectos da conduta humana como "fator de risco" e, a seguir, como patologia, tal qual no caso específico da "Síndrome da Morte Sedentária", assim classificada por alguns autores. Em seguida, analisamos como essa visão vem sendo difundida no campo da saúde, tomando por base um programa institucional que, ao mesmo tempo em que transforma o sedentarismo em doença, apresenta a atividade física como um remédio cujos resultados podem se estender a todas as esferas da vida. Nessa linha de raciocínio, em que os mal-estares de nossa civilização são medicalizados e tornados mercadoria ao serem transformados em riscos e patologias, a atividade física torna-se vacina para o corpo social.

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Publicado

2012-12-01

Edição

Seção

Parte I - Artigos

Como Citar

Ferreira, M. S., Castiel, L. D., & Cardoso, M. H. C. de A. (2012). A patologização do sedentarismo. Saúde E Sociedade, 21(4), 836-847. https://doi.org/10.1590/S0104-12902012000400004