Concepções de família e práticas de intervenção: uma contribuição antropológica
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-12902005000200006Palavras-chave:
Família, Parentesco, Ciclo Familiar, Intervenção, Metodologia de pesquisa, Modo de vidaResumo
Falar sobre a família como foco de intervenção exige aprofundar a discussão sobre o que é uma família e como ela pode servir ou não de recurso em programas de intervenção; exige também problematizar um elemento básico do processo de intervenção: a comunicação entre técnicos que atuam na intervenção e a população-alvo. Assim, neste trabalho, sugere-se, num primeiro momento, algumas pistas analíticas que podem ajudar o técnico a perceber dinâmicas familiares em grupos populares do Brasil. Descobrimos assim que, da perspectiva espacial, redes de parentesco se estendem além do grupo consangüíneo e da unidade doméstica para esferas mais amplas. Da perspectiva temporal, as pessoas se inserem em uma sucessão de gerações, possibilitando projeções para o futuro ou resgates de elementos do passado. Passa-se então a considerar a contribuição específica de uma teoria da prática e as implicações metodológicas de uma análise centrada em "modos de vida", arraigados numa situação de classe. Finalmente, comenta-se o olhar reflexivo - um elemento fundamental do processo dialógico que permite a escuta do outro em qualquer situação de intervenção. Propõe-se com essa abordagem descolonizar o olhar do técnico, propiciando uma interação dialógica capaz de reforçar, antes de reprimir, recursos tradicionais na situação em que se pretende intervir.Downloads
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Publicado
2005-08-01
Edição
Seção
Artigos de pesquisa original
Como Citar
Fonseca, C. (2005). Concepções de família e práticas de intervenção: uma contribuição antropológica . Saúde E Sociedade, 14(2), 50-59. https://doi.org/10.1590/S0104-12902005000200006