Construção social das drogas e do crack e as respostas institucionais e terapêuticas instituídas

Autores

  • Regina Medeiros Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902014000100008

Resumo

Este artigo é produto parcial de uma pesquisa realizada na região metropolitana de Belo Horizonte com o objetivo de compreender os mecanismos sociais e simbólicos envolvidos na relação entre o tráfico do crack e a disseminação da violência, o uso compulsivo dessa substância, os tratamentos e os serviços de atenção ao usuário. Foram utilizados métodos quantitativos e qualitativos, com análise dos inquéritos policiais, entrevistas com policiais, traficantes, profissionais, pacientes e gestores das instituições que prestam atendimento ao usuário de crack. Pretende-se discutir a construção social do problema das drogas; as imagens negativas construídas socialmente sobre o crack e sobre os usuários da substância; as respostas institucionais que, baseadas nos modelos biomédicos, religiosos e jurídicos propõem, gerenciam e legitimam protocolos burocráticos homogêneos para diferentes tipos de usuários. As representações construídas socialmente interferem diretamente no insucesso do processo terapêutico, na descrença e nas frustrações da equipe de profissionais e nas frequentes recaídas e reinternações dos pacientes, particularmente dos usuários de crack . Além de reproduzir uma política proibicionista obsoleta, reforçar preconceitos, provocar medidas coercitivas e discriminatórias, preterindo os direitos de cidadania.

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Publicado

2014-03-01

Edição

Seção

Parte II - Artigos

Como Citar

Medeiros, R. (2014). Construção social das drogas e do crack e as respostas institucionais e terapêuticas instituídas . Saúde E Sociedade, 23(1), 105-117. https://doi.org/10.1590/S0104-12902014000100008