O remédio é o menor dos problemas: seguindo redes na adesão ao tratamento de aids

Autores

  • Pedro Santo Rossi Universidade Federal de São Paulo
  • Pedro Paulo Gomes Pereira Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Medicina Preventiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902014000200010

Resumo

Este texto buscou problematizar a proposta metodológica de Bruno Latour. Numa pesquisa sobre pessoas vivendo com HIV (Vírus da imunodeficiência humana) e seus dilemas de adesão, valendo-nos da proposta de Latour, buscamos trabalhar com as seguintes questões: como efetuar uma aproximação aos universos das pessoas vivendo com HIV sem fracionar a vida das pessoas? Como compreender as relações que a PVHIV (Pessoas vivendo com HIV) estabelece com a medicação sem separar a questão da administração medicamentosa do restante das experiências? Apesar dos percalços, comuns àqueles que se dedicam a seguir itinerários (os perigos da travessia, diria Guimarães Rosa), a pesquisa guiada pela metodologia proposta por Latour – a metodologia etnográfica da “Teoria Ator-Rede” – permitiu, ainda que tímida e inicialmente, seguir os passos de atores, sem fracionar as suas vidas, sem fazer recortes isolados, acompanhando o que acontece em rede e está interligado, interferindo e sofrendo interferências. A etnografia realizada nos levou por caminhos tortuosos, fazendo-nos embrenhar em itinerários confusos, em redes de humanos e não humanos, de remédios, piscinas, Organização Não Governamental (ONG), serviços de saúde, uma rede de relações de pessoas vivendo com HIV nos caminhos difíceis que nossos interlocutores elaboraram.

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Publicado

2014-06-01

Edição

Seção

Artigos de pesquisa original

Como Citar

Rossi, P. S., & Pereira, P. P. G. (2014). O remédio é o menor dos problemas: seguindo redes na adesão ao tratamento de aids . Saúde E Sociedade, 23(2), 484-495. https://doi.org/10.1590/S0104-12902014000200010