Pneumoconioses: estudo descritivo de aspectos epidemiológicos nas notificações registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no Estado de São Paulo, no período 2017-2019

Autores

  • Camila de Aquino Feijó Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clínicas https://orcid.org/0000-0002-0420-9851
  • Ana Cristina Antunes Martin Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Centro de Vigilância Sanitária. Divisão de Vigilância Sanitária do Trabalho – https://orcid.org/0000-0002-8132-2401
  • Marcelo Pustiglione Centro de Vigilância Sanitária, Divisão de Vigilância em Saúde do Trabalhador, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo e Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Departamento de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do Trabalho. https://orcid.org/0000-0003-2195-915X
  • Simone Alves dos Santos Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Centro de Vigilância Sanitária. Divisão de Vigilância em Saúde do Trabalhador. Centro de Referência em Saúde do Trabalhador. https://orcid.org/0000-0001-8430-6987

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2770.v26i1p36-45

Palavras-chave:

Pneumoconiose, Saúde do Trabalhador, Vigilância em Saúde do Trabalhador, Notificação de Doenças

Resumo

Introdução: As pneumoconioses correspondem a um grupo de doenças causadas pela inalação e acúmulo de poeira nos pulmões relacionado ao ambiente de trabalho. No âmbito mundial, o número de casos desta patologia aumentou em 66,0% de 1990 a 2017. Objetivo: Descrever dados epidemiológicos notificados e relacionados ao acometimento dos trabalhadores por pneumoconioses, no período de 2017 a 2019, no estado de São Paulo. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo que aborda informações sociodemográficas e profissionais dos casos de pneumoconioses notificados no estado entre 2017 a 2019. Os dados foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Resultados: Houve 721 notificações de pneumoconiose, com uma média de 240 casos/ano. A doença foi mais frequente em homens de 50 a 64 anos. Quanto à situação no mercado de trabalho, 73,6% dos casos ocorreram em trabalhadores registrados. A ocupação mais frequente foi servente de obras; já o ramo de atividade econômica foi o de fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque. Entre os agentes causadores, o asbesto predominou (77,3%), seguido da sílica e da poeira mista. A maioria dos tratamentos ocorreu em regime ambulatorial, mas foram os hospitais e Centros de Referência em Saúde do Trabalhador os maiores notificadores. Considerando os Grupos de Vigilância Epidemiológica de São Paulo, observou-se o predomínio de Santo André, região com 480 notificações no período estudado. Conclusão: São necessários esforços na conscientização da importância da notificação para a construção e implantação de linha de cuidado que contemple as peculiaridades desta grave doença ocupacional.

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Publicado

2021-07-14

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Seção

Artigo

Como Citar

1.
Feijó C de A, Martin ACA, Pustiglione M, Santos SA dos. Pneumoconioses: estudo descritivo de aspectos epidemiológicos nas notificações registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no Estado de São Paulo, no período 2017-2019. Saúde ética justiça [Internet]. 14º de julho de 2021 [citado 30º de novembro de 2024];26(1):36-45. Disponível em: https://revistas.usp.br/sej/article/view/183168