A função da confidencialidade: bioética e incesto
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2770.v11i1-2p45-45Palavras-chave:
Bioética. Incesto. Relações profissional-paciente. Comunicação sigilosa. Ética profissional.Resumo
O presente estudo pretende construir uma reflexão sobre a função da confidencialidade para os profissionais de saúde que lidam com pessoas envolvidas em casos de incesto, na tentativa de avaliar os limites éticos destas intervenções. A metodologia utilizada constituiu-se por uma reflexão teórica baseada na experiência de trabalho da autora no CEARAS, referendada pela Bioética e pela Psicanálise e ilustrada por uma pesquisa realizada com os profissionais de saúde, incluindo os médicos, enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem e assistentes sociais do Pronto-Atendimento Pediátrico do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Entrevistas livres de exploração sobre a possibilidade de atendimento a crianças e adolescentes com suspeitas de abuso sexual e o modo de lidar com estas questões foram realizadas com os profissionais. As entrevistas foram gravadas e transcritas para serem analisadas através do método de análise de conteúdo. O atendimento de pacientes envolvidos em situações de abuso sexual é considerado pelos profissionais de saúde como um problema de difícil abordagem. A ausência do conflito entre a quebra do segredo profissional e a manutenção do vínculo de confiança entre profissional de Saúde e paciente em situações de incesto demonstra a dificuldade de os profissionais lidarem com tais casos e discriminarem a função de um profissional de saúde, pelo incesto se tratar justamente do tabu estruturante do ser humano.
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