Corpo e experiência histórico-social no cinema brasileiro (2014-2021)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2023.212682

Palavras-chave:

Cinema brasileiro contemporâneo, Corpo, Racialidade, Acumulação, Agência

Resumo

O artigo argumenta que certo cinema brasileiro independente (2014-2021) investe na mediação somática da experiência histórico-social. Observa-se que filmes realizados ou protagonizados por sujeitos alvos de desigualdades de raça, classe e gênero mobilizam o corpo em duas frentes. De um lado, como signo cumulativo de processos de determinação dos sujeitos. De outro, como matriz de resistências produzidas por experiências performadas, seja nas epistemes que transmitem, seja nas identidades que deslocam. O duplo atributo político é discutido a partir das análises de O verbo se fez carne (2019), de Ziel Karapotó, e Vaga carne (2019), de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Edson Pereira da Costa Júnior, Universidade de São Paulo

    Pesquisador de pós-doutorado e professor participante temporário no Instituto de Artes da Unicamp (FAPESP 21/02448-5). Atualmente, é pesquisador visitante na Duke University (BEPE 23/05177-8). Doutor em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA USP.

Referências

BALTAR, M. “Corpo e afeto: atualizações do regime de atrações no cinema brasileiro contemporâneo”. Aniki, Coimbra, v. 10, n. 2, p. 4-28, 2023.

BARROS, L. M. de; FREITAS, K. “Experiência estética, alteridade e fabulação no cinema negro”. Revista ECO-Pós, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 97-121, 2018.

BLÜMLINGER, C.; LAVIN, M. “Introduction”. In. BLÜMLINGER, C.; LAVIN, M. (org.). Geste filmé, gestes filmiques. Paris: Éditions Mimésis, 2018. p. 9-32.

BORGES, R. “Cinema, imagem e imaginário: por outros regimes de visibilidade das mulheres negras”. In. CARVALHO, N. dos S. (org.). Cinema negro contemporâneo. Campinas: Papirus, 2022. p. 119-136.

BRANDÃO, A. S.; SOUZA, R. L. de. “Corpas-enqueerzilhadas e alianças insólitas no cinema brasileiro”. Revista Visuais, Campinas, v. 7, n. 13, p. 52-71, 2021.

BRASIL, A. “Encruzilhadas, andarilhos, aprendizes: sobre três filmes-performance”. Significação, São Paulo, v. 47, n. 53, p. 21-47, 2020.

CABOCO, G. “Sobre a arte indígena contemporânea disse o CABOCO”. Galeria Jaider Esbell, [s. l.], 2 mai. 2020. Disponível em: http://www.jaideresbell.com.br/site/2020/05/02/sobre-a-arte-indigena-contemporanea-disse-o-caboco/. Acesso em: 15 abr. 2023.

CARNEIRO, S. Dispositivo de racialidade: a construção do outro como não ser como fundamento do ser. São Paulo: Zahar: 2023.

CESAR, A. “Que lugar para a militância no cinema brasileiro contemporâneo? Interpelação, visibilidade e reconhecimento”. Revista ECO-Pós, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 101-121, 2017.

COSTA JÚNIOR, E. “Cansados e esgotados: trabalhadores precarizados no cinema de ficção brasileiro”. Galáxia, São Paulo, v. 48, e58619, 2023.

DENNISON, S. Remapping Brazilian film culture in the twenty-first century. London: Routledge, 2020.

DIEGUES, I.; AZEVEDO, J. F. P. de; ABREU, K. “Grace Passô”. In: DIEGUES, I.; AZEVEDO, J. F. P. de; ABREU, K. (org.). Maratona de dramaturgia. São Paulo: Cobogó: Edições Sesc, 2019. p. 103-116.

ESBELL, J. “A arte indígena contemporânea como armadilha para armadilhas”. Galeria Jaider Esbell, [s. l.], 9 jul. 2020. Disponível em: http://www.jaideresbell.com.br/site/2020/07/09/a-arte-indigena-contemporanea-como-armadilha-para-armadilhas/. Acesso em: 25 abr. 2023.

FANON, F. Peles negras, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.

FREITAS, K. “Cinema negro brasileiro: uma potência de expansão infinita”. In: SIQUEIRA, A. et al. (org.). 20o. FESTCURTASBH: Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Fundação Clóvis Salgado, 2018. p. 161-164.

FURTADO, B.; LIMA, E. O. de A. “Corpo, destruição e potência em Branco sai, preto fica”. Revista MATRIZes, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 133-147, 2016.

GUIMARÃES, C. “Estéticas contra-colonizadoras no documentário: um ponto de partida”. In: ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS, 29., Campo Grande, 2020. Anais […]. Campo Grande: UFMS, 2020.

GUIMARÃES, P. “O ator como forma fílmica: metodologia dos estudos atorais”. Aniki, Coimbra, v. 6, n. 2, p. 81-92, 2019.

HALL, S. “Quem precisa da identidade?” In: SILVA, T. T. da (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 103-133.

HARVEY, D. “The body as an accumulation strategy”. In: HARVEY, D. Spaces of hope. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2000. p. 97-116.

KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

MARTINS, L. M. Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. São Paulo: Cobogó, 2021.

MBEMBE, A. Crítica da razão negra. São Paulo: n-1, 2018.

MESQUITA, C. “O presente como história: Estéticas da elaboração no cinema brasileiro contemporâneo”. E-Compós, Brasília, DF, v. 26, p. 1-18, 2021.

Ocupa CCVM - Mostra de Cinema Moventes - Conversa com realizadores - Sessão 1. [S. l.: s. n.], 2021. Publicado pelo canal Centro Cultural Vale Maranhão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=a6AvA7pl2Y4&ab_channel=CentroCulturalValeMaranh%C3%A3o. Acesso em: 11 jan. 2024.

OLIVEIRA, J. “With the Alma no Olho: Notes on Contemporary Black Cinema”. Film Quartely, Oakland, v. 74, n. 2, p. 32-38, 2020.

SANTOS, A. B. dos. Colonização, quilombos: modos e significados. 2. ed. Brasília, DF: UnB, 2021.

SILVA, D. F. da. Homo modernus: para uma ideia global de raça. São Paulo: Cobogó, 2022.

SILVA, D. F. da. “Ninguém: direito, racialidade e violência”. Meritum, Belo Horizonte, v. 9, n. 1, p. 67-117, 2014.

SPILLERS, H. J. “Mama’s baby, papa’s maybe: An American grammar book”. Diacritics, Baltimore, v. 17, n. 2, p. 64-81, 1987.

TAYLOR, D. O arquivo e o repertório: performance e memória cultural nas Américas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.

Referências audiovisuais

A VIZINHANÇA do tigre. Affonso Uchôa, Brasil, 2014.

BRANCO sai, preto fica. Adirley Queirós, Brasil, 2014.

ELA volta na quinta. André Novaes Oliveira, Brasil, 2014.

AVA Yvy Vera – A Terra do Povo do Raio. Genito Gomes, Valmir Gonçalves Cabreira, Jhonn Nara Gomes, Jhonatan Gomes, Edina Ximenez, Dulcídio Gomes, Sarah Brites e Joilson Brites, Brasil, 2016.

ARÁBIA. Affonso Uchôa, João Dumans, Brasil, 2017.

EXPERIMENTANDO vermelho em dilúvio. Michelle Mattiuzzi, Brasil, 2016.

EX-PAJÉ. Luiz Bolognesi, Brasil, 2018.

NOIRBLUE. Ana Pi, Brasil/França, 2018.

O VERBO se fez carne. Ziel Karapotó, Brasil, 2019.

VAGA carne. Grace Passô e Ricardo Alves Júnior, Brasil, 2019.

A FEBRE. Maya Da-Rin, Brasil, 2020.

A MORTE branca do feiticeiro negro. Rodrigo Ribeiro, Brasil, 2020.

MASCARADOS. Marcela e Henrique Borela, Brasil, 2020.

N˜UH˜U Yãg M˜u Yõg Hãm: Essa Terra É Nossa! Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero, Brasil, 2020.

Downloads

Publicado

2023-12-28

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Corpo e experiência histórico-social no cinema brasileiro (2014-2021). (2023). Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 50, 1-21. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2023.212682