O trabalho emocional no trabalho publicitário
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-5057.v14i2e202680Palavras-chave:
Trabalho emocional, Trabalho publicitário, Capitalismo, ComunicaçãoResumo
Este artigo é parte dos resultados de uma pesquisa de doutoramento que visou estudar as emoções envolvidas no trabalho publicitário. O recorte escolhido analisa as práticas emocionais identificadas nos relatos dos profissionais deste setor, a fim de entender de que modo elas acontecem dentro do cenário laboral e o que revelam sobre o modo de produção capitalista. Para tanto, através de uma grade analítica constituída a partir das reflexões teóricas sobre o trabalho no capitalismo e o capitalismo emocional, analisamos os comentários da lista “Como é trabalhar aí? 2.0”, um documento com depoimentos anônimos sobre as rotinas nas agências de publicidade. Nossas conclusões demonstram como o trabalho emocional é, contraditoriamente, benéfico aos publicitários, ao mesmo tempo que também os torna ainda mais suscetíveis à exploração do capitalismo.
Downloads
Referências
ARRUDA, Maria Arminda. A embalagem do sistema: a publicidade no capitalismo brasileiro. São Paulo: Edusp, 2015.
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2009.
AUCAR, Bruna Santana. A publicidade no Brasil: agências, poderes e modos de trabalho (1914-2014). 2016. Tese (Doutorado em Comunicação Social) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: https://bit.ly/3hOUUIX. Acesso em: 11 ago. 2022.
BOLTANSKI, Luc; CHIAPELLO, Ève. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
CARRASCOZA, João Anzanello. E o vento mudou: as transformações do trabalho publicitário. In: CASAQUI, Vander; LIMA, Manolita Correia; RIEGEL, Viviane (org.). Trabalho em publicidade e propaganda: história, formação profissional, comunicação e imaginário. São Paulo: Atlas, 2011. p. 1-30.
FÍGARO, Roseli A. Perfil sociocultural dos comunicadores: conhecendo quem produz a informação publicitária. In: CASAQUI, Vander; LIMA, Manolita Correia; RIEGEL, Viviane (org.). Trabalho em publicidade e propaganda: história, formação profissional, comunicação e imaginário. São Paulo: Atlas, 2011. p. 75-110.
FÍGARO, Roseli. Relações de comunicação no mundo do trabalho. São Paulo: Annablume, 2008.
FERREIRA, Dôuglas Aparecido. A vulnerabilidade dos trabalhadores anônimos. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (org.). Vulnerabilidades, justiça e resistências nas interações comunicativas. Belo Horizonte: PPGCOM UFMG, 2018. p. 147-156.
HENRIQUE, Pedro. Como é trabalhar aí? 3.0: Uma análise de dados. Pérabrasil, [s. l.], 22 abr. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3Iecgdd. Acesso em: 8 dez. 2022.
HOCHSCHILD, Arlie Russell. Emotion work, feeling rules, and social structure. American journal of sociology, Chicago, v. 85, n. 3, p. 551-575, 1979.
ILLOUZ, Eva. Intimidades congeladas: las emociones en el capitalismo. Buenos Aires: Katz, 2007.
ILLOUZ, Eva. O amor nos tempos do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
LOPES, Isabel Vieira. Trabalho publicitário: do capital de sucesso ao sofrimento tamponado. 2017. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3WxJnfI. Acesso em: 15 set. 2022
MARX, Karl. O Capital: livro 1: crítica da economia política. São Paulo: Boitempo, 2015.
OLIVEIRA, Daniela Ferreira de. Trabalho e cultura em agências de publicidade do Brasil analisados sob perspectiva da sustentabilidade organizacional. 2014. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
PETERMANN, Juliana. Atualizações no habitus da criação publicitária. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA, 9., 2018, São Paulo. Anais […]. São Paulo: ABP2, 2018. Disponível em: <https://bit.ly/3WWMazx>. Acesso em: 22 dez. 2022.
SANTOS, Filipe Bordinhão dos. Enfrentamentos na produção: os profissionais da criação, o campo e a construção do masculino na publicidade. 2017. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3G8UoOf. Acesso em: 24 set. 2022.
SACCHITIELLO, Bárbara; LEMOS, Alexandre Zaghi. Mulheres são 20% da criação das agências. Meio&mensagem, São Paulo, 12 jan. 2016. Disponível em: https://bit.ly/3v9HSIX. Acesso em: 12 set. 2022.
SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: as consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. 14. ed. Rio de Janeiro: Record, 1999.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Dôuglas Aparecido Ferreira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons CC BY-NC-SA.
